Até aula de pole dance em casa foi adaptação forçada pela pandemia
Sócias de um estúdio em Campo Grande criaram uma plataforma online para dar aulas de pole dance em casa, e tem dado certo
De todas as atividades que estão sendo adaptadas para serem realizadas em casa por conta da quarentena, tenho certeza que treinar pole dance é uma das mais curiosas, mas está rolando, e aqui em Campo Grande.
As meninas da escola Pole Lab Studio tiveram que mudar o formato das aulas rapidamente pra sobreviverem ao momento que passamos. Agora, tanto os cursos profissionalizantes quanto as aulas regulares são realizadas online por uma plataforma montada especificamente para esse fim.
“Fazia um tempo já que pensávamos nesse formato online, e quando chegou a pandemia, em março mesmo começamos a colocar tudo em prática, então muita coisa surgiu pela própria demanda de alunos do interior e os regulares que não podiam ou não queriam sair de casa”, explica Kris Coelho Corrêa, umas das sócias.
As aulas são em formato de vídeos gravados e ficam disponíveis pra quem contrata um dos planos. “No online temos que adaptar algumas coisas. Não posso dar uma aula de uma hora e meias por exemplo, não funciona. Um movimento que precisa repetir 10 vezes, não repetimos todas elas, faço duas ou três e peço pra ela continuar repetindo”, completa Kris.
Mas aí vem uma pergunta óbvia: as pessoas têm pole dance assim de bobeira em casa pra treinar? Olha, tem gente que sim hein. É o caso da bióloga Bruna Oliveira, de 30 anos. Como já era aluna há algum tempo, adquiriu antes mesmo da pandemia uma barra usada uma vez. Agora durante o isolamento, por conta das aulas, está usando mais do que nunca.
“Na verdade está sendo até bom para mim, porque desde que virei mãe não tenho muito tempo para fazer outras coisas a não ser trabalhar e cuidar da filha, então a aula online trouxe a facilidade de não ter que ir até o lugar e poder fazer em horários flexíveis. Também posso pausar o vídeo, começar, parar, depois continuar, rever explicações até pular o exercício que acho chato e a Kris não ia deixar eu pular (risos)”, diz Bruna.
Já Lilliane Renata Defante, de 34 anos , mora em São Gabriel do Oeste a 141 quilômetros de Campo Grande. Ela dá aula de pole dance na cidade no interior, se formou no Pole Lab Studio, mas queria fazer um outro curso profissionalizante voltado apenas para flexibilidade. “Gostei bastante porque os vídeos são bem explicativos, eles ficam pra mim vitalícios, então às vezes eu vou montar a aula e posso rever. Ainda mais nesse momento que a gente não está podendo viajar tanto”.
Até um festival online de pole e circo em comemoração aos cinco anos do estúdio está sendo realizado. “Toda semana um aluno se apresenta ao vivo. Tivemos algumas apresentações muito marcantes abordando temas como homofobia, violência contra a mulher”. Violência contra a mulher foi o tema, inclusive da apresentação de Lyanne Mello, outra sócia do estúdio. Confira o vídeo no final da matéria.
Kris pontua que do ponto de vista do negócio tem sido um momento bem difícil, mas que as aulas online têm sido um “respiro”. Ela acha, inclusive, que o formato veio para ficar.
“Acho que não vai ter mais volta. Tem modalidade, por exemplo, que não precisa de pole, e tem aluna que tem vergonha de fazer isso na frente de outras pessoas, os vídeos são, portanto, uma ótima opção”.
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