Baile em dia de lua cheia surge para mostrar que bolero não é coisa do passado
Os mais diferentes gêneros da dança de salão tocam no baile para agradar qualquer convidado, mas pelo nome, a noite revela que o bolero é o protagonista do evento, realizado uma vez por mês em uma escola da dança no Jardim dos Estados.
O "Bolero da Lua Cheia", é uma iniciativa que veio para somar conhecimento sobre a dança, diz o professor Fábio Simones, de 36 anos. "Surgiu para fomentar o bolero e mostrar que ele não é do passado. Todos os estilos se você pensar tem bolero, ele é a fonte da dança de salão e o objetivo é mostrar o quanto bolero também faz parte da modernidade", explica.
Porque na lua cheia? A misticidade do professor explica. "Porque é mágico e místico. A lua cheia remete a plenitude e o bolero é a plenitude da dança de salão".
A noite começa com uma aula de meia hora sobre o ritmo, principalmente, com objetivo de deixar os baileiros de primeira viagem à vontades. Depois vem o bailinho prático, em outra sala, com direito a iluminação especial e gente por todos os lados dispostos a se jogar na dança. "A gente desenvolve dessa forma porque 90% da dança é de prática e amadurecimento".
Apaixonado pelo bolero, Fabio escolheu disseminar o ritmo pela cidade com intuito de quebrar paradigmas e fazer com que mais pessoas se envolvam com dança como entretenimento e qualidade de vida. "Sou do bolero porque ele é poesia, comunicação e paixão. O que move o bolero é sentimento, com ele na dança você conversa de boca fechada com a pessoa e assim ele faz você se entender".
Em pleno sábado, o grupo de amigas que já tem experiência com a dança resolveu provar do Bolero da Lua Cheia. "Pra mim, entre a dança e a música, é um dos ritmos mais bonitos. Já fui de dançar muito e até hoje gosto", diz Cleide entre as amigas, na maioria viúvas , que aproveitam da dança para ter uma vida diferente, renovada.
Jurema Dias, de 61 anos, tem até personal duas vezes na semana para acompanhá-la nos bailes da cidade. "Eu danço toda terça e quinta. Bolero e polca paraguaia são meus ritmos preferidos. Pra gente que é viúva, é muito bom dançar com um rapaz bonito, cheiroso e, principalmente educado, que nos acompanha na dança com muito respeito".
O baile agradou também ao casal Leo Ramalho, de 62 anos, e Sandra Ramalho, de 54, que todo fim de semana encaram o bolero. "Ele [bolero] é a curtição dos passos. Toda vez que a gente dança, volta pra casa renovado. Eu falo que todo casal tinha que se permitir em curtir junto o bolero", diz Leo.
Morando na frente da escola de dança, mas sem nunca ter experimentado o bolero, Rosely Oliveira, de 55 anos, foi tentar pela primeira vez a pista. "É um misto de ansiedade com vontade de fazer certo. Mas aos pouquinhos a gente vai se soltando", diz.
Os bailes terão mais duas edições até julho, quando Fábio vai realizar um workshop de bolero. "Eu quero que o público de Campo Grande tenha uma aproximação com o bolero porque muita gente ainda não conhece", justifica.
O próximo baile vai ser realizado no dia 5 de maio, às 21h na Harmonia Escola de Dança que fica na Rua Bahia, 963. Jardim dos Estados. Informações no telefone (67) 9242-9851.
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