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Faz Bem!

Corredor que competia só, ganha companheiros para dividir percursos e emoções

Projeto que nasceu em Joinville chega por aqui e arrecada dinheiro para comprar cadeiras de rodas adaptadas.

Kimberly Teodoro | 13/05/2019 08:13
É para levar essa “emoção do esporte àqueles que jamais conseguiriam experimentá-la sozinhos”, que o projeto Pernas Solidárias nasceu (Foto: Arquivo Pessoal)
É para levar essa “emoção do esporte àqueles que jamais conseguiriam experimentá-la sozinhos”, que o projeto Pernas Solidárias nasceu (Foto: Arquivo Pessoal)

Atravessar a linha de chegada, depois de cinco, sete, dez quilômetros de corrida de rua é uma das maiores recompensas de qualquer corredor, profissional ou não. É para levar essa “emoção" do esporte a quem jamais conseguiu experimentá-la sozinho, nasceu o projeto Pernas Solidárias. A ação chega a Campo Grande como uma extensão do trabalho voluntário já realizado por atletas de Joinville, Santa Catarina.

Quem pratica o esporte, “empresta” as pernas para que pessoas de mobilidade reduzida possam participar das competições de corrida de rua em uma cadeira de rodas adaptada. Assim, o corredor que competia sozinho, ganha um companheiro com quem dividir o trajeto e o espírito esportivo.

Para conhecer o "Pernas solidárias", André foi até Joinville, onde participou da primeira corrida com o grupo (Foto: Arquivo Pessoal)
Para conhecer o "Pernas solidárias", André foi até Joinville, onde participou da primeira corrida com o grupo (Foto: Arquivo Pessoal)
André como condutor na 49º corrida rústica Wilson Buch, em Joinville (Foto: Arquivo Pessoal)
André como condutor na 49º corrida rústica Wilson Buch, em Joinville (Foto: Arquivo Pessoal)

André Oliveira é o responsável por trazer o projeto até Mato Grosso do Sul, ele conta que o convite para conhecer o “Pernas Solidárias” veio de um amigo que mora Joinville e também é voluntário. Maratonista há dois anos, o interesse em participar imediato. “O projeto é por amor à causa. Muito além da competição, a maior recompensa de qualquer corredor é terminar a prova, no projeto o mais gostoso é a felicidade da outra pessoa ao passar pela linha de chegada”.

Recentemente, André viajou para Joinville na companhia de Minéia de Lima Barboza e Danielle Guimarães David, para participar da 49º corrida rústica Wilson Buch, que acontece anualmente da cidade e correr ao lado de outros voluntários do projeto, antes de trazer a ideia na bagagem. Hoje o grupo é maior e conta também com a participação de Jéssica Lara Gomes Cavalcante de Barros Cáceres e Tayene Noara Santana Espinosa.

Com as corridas, a intenção é de que “condutores e pessoas com deficiência poderão interagir, unindo e envolvendo pessoas, famílias e sociedade em geral. É uma grande oportunidade de ver a vida de um ângulo diferente e trazer o maior número de pessoas à esse convívio social”, afirma o grupo no documento de apresentação do projeto.

Jessica,Tayene, Mineia, André e Danielle adotaram a ideia e resolveram trazer aqui para Campo Grande (Foto: Arquivo Pessoal)
Jessica,Tayene, Mineia, André e Danielle adotaram a ideia e resolveram trazer aqui para Campo Grande (Foto: Arquivo Pessoal)

“A única diferença entre correr sozinho e correr com o triciclo é a responsabilidade com aquela vida sentada na cadeirinha. Qualquer pessoa que pratique a modalidade está apta a conduzir um triciclo, mas vamos fazer treinamento para quem vai participar, até para que ela saiba como deve ser feito”, diz André.

Começando aos poucos, André afirma que o grupo pretende manter “os pés no chão e dar um passo de cada vez”, já que o projeto é recente por aqui e conta apenas com uma cadeira, que vem de São Paulo e só deve ficar pronta no início do próximo mês e por tanto ainda não fez nenhum atendimento.

“Estamos começando e fazer algumas ações para arrecadar os triciclos que saem a R$ 1,8 mil cada. Vamos realizar um aulão de treinamento funcional para 100 pessoas, e o valor da inscrição, que será de R$ 40 vai ser destinado para a compra das cadeiras. Ainda não temos uma data certa, mas será por volta do fim do mês de maio ou começo junho”, explica.

 

Danielle e Minéia acompanharam André até Joinville (Foto: Arquivo Pessoal)
Danielle e Minéia acompanharam André até Joinville (Foto: Arquivo Pessoal)

O fundador é o Cleiton Tamazia, que começou no esporte na tentativa de melhorar a qualidade de vida e sempre teve no primo, Rodrigo, um grande incentivador, mas que após um acidente de moto acabou paraplégico. Para que pudesse fazer parte das conquistas que tanto apoiava, Cleiton propôs que os dois dividissem o percurso, correriam juntos e para isso ele empurraria a cadeira ao longo da prova.

Ao longo dos primeiros 200 metros de prova, uma das rodas da frente da cadeira de Rodrigo quebrou, o que não impediu que a dupla terminasse a prova e tivesse ainda mais motivos para celebrar a linha de chegada. O episódio ocorreu em 2015, e desde então, não parou de crescer.

Para apoiar o projeto, é possível entrar em contato pelo instagram @pernassolidariascg clicando aqui.

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