Descubra o que cada choro significa e a técnica que melhora o humor do bebê
Passada a emoção do parto, depois de alguns dias, chega o momento de levar para casa um “pacotinho” frágil, sensível e que utiliza o choro como principal comunicação. Choro pedindo para mamar, choro pedindo para ser trocado, para dizer que está com frio, calor, com dor, choro de carência e para dizer “mamãe, pelo amor de Deus, me dê colo pois este mundo é muito diferente de onde eu estava até agorinha”.
Como identificar as causas, ajudar o bebê e acabar com a agonia das mamães, principalmente, as de primeira viagem? Mamãe respire fundo. O Lado B procurou uma especialista para ajudá-la a identificar os motivos do choro.
A fisioterapeuta Lais Caroline dos Santos explica que os recém-nascidos não têm malícia, por isso, eles não choram sem motivo. “O único motivo de choro que até podemos chamar de manha é o choro por carência afetiva e para pedir colo, que é o modo como o bebê mais se sente protegido. Preferimos utilizar o termo desconforto, que é aquele choro para avisar que está com fome ou com a fralda molhada. Os bebês choram, basicamente, por três motivos: dor, desconforto e carência”.
Laís explica que no hospital, um profissional tem meios para avaliar os sinais fisiológicos dos recém-nascidos. “Temos monitorada a frequência cardíaca e respiratória, a saturação de oxigênio, a pressão arterial e concentrações hormonais. Mas em casa, é possível a mamãe observar o filho e aprender o significado dos movimentos corporais, da mímica facial e do choro”. O nosso corpo fala, inclusive os das crianças. “Basta observar algumas reações que fica fácil matar a charada”.
A especialista alerta também que nem toda vez que a criança sente dor, ela chora. “Em alguns casos, ela pode estar com dor, fazer movimentos agitados com os pés e braços e ficar com a testa enrugada, por exemplo. Estes são os principais sinais de dor”.
Quando o bebê de até três meses chora e faz “biquinho”, como se estivesse mamando no peito, adivinha a provável causa do choro? “Fome. E quem não fica irritado com fome? A criança fica com a boca ovalada e chega até a fazer o movimento de deglutição”.
As crianças, inclusive as mais grandinhas, quando estão com sono tem o reflexo de levar as mãos aos olhos. “Os bebês ainda não conseguem coçar os olhos, mas já levam as mãos em direção aos olhos”.
Hoje em dia as crianças são estimuladas o tempo todo e, segundo a especialista, isso também cansa o bebê. “As crianças precisam ser estimuladas, mas também precisam de descanso, de um ambiente calmo e sem muita iluminação”.
Para melhorar o descanso, a fisioterapeuta indica fazer massagem e até ofurô. Então, que tal finalizar aquele final de semana agitado, em que todos da família disputam para pegar a criança no colo, com ofurô?
“O ofurô também pode ser usado diariamente e substituir a banheira tradicional”. A banheira de ofurô parece um balde, pode ser adquirida na maioria das lojas que vendem produtos para recém-nascido e tem o preço a partir de R$ 43,00.
“Os recém-nascidos são capazes de recordar as sensações da vida uterina. Quando entram em contato com a água no ofurô, logo se lembram de um ambiente protegido, aquecido e, principalmente, da posição fetal em que costumavam ficar”.
Alguns bebês, quando colocados em contato com a água em uma banheira normal, podem se recordar de quando estavam no útero materno, mas não reconhecem a posição e o ambiente. “Por isso que muitas vezes, eles enrijecem o corpo, fecham as mãos e choram”.
A mamãe Eliani Sales é adepta à técnica do ofurô e garante que é infalível. “A minha filha ficou muito calminha durante o banho. Até cochilou. Cheguei chorar de emoção nas duas vezes que fizemos ofurô”. Eliani diz que é muito fácil de preparar o banho. “Coloquei água bem morninha e dois sachês de chá de cidreira. Bem rápido de preparar”.
“A massagem e o banho de ofurô também são oportunidades dos pais darem carinho e atenção aos bebês, proporcionando momentos tão cheios de significados quanto a amamentação”, orienta Laís.
Filho vem sem manual de instrução, mas a intuição dos pais nessas horas, conta muito, fora a experiência das avós, das tias e das amigas. Tudo conta ponto nas horas de apuros. Eliani, que já é mamãe pela segunda vez, diz que se houvesse manual, a principal instrução seria: dar amor e atenção aos pequenos.
“Fiquem o máximo de tempo com eles. Tudo passa muito rápido, como um sopro. Não podemos perder a oportunidade de observar, conhecer os filhos e aprender com eles”.