Em grupo, elas revelam medo e discutem sexualidade antes e depois do parto
Na roda de conversa, elas são unanimidade, mesmo que o papo seja um convite aos homens para que possam entender as mudanças e a necessidade de falar sobre sexualidade no período de gestação e principalmente, após o nascimento do bebê, para que o casal tenha um vida sexual saudável.
Mas sem a presença deles, cada uma revela com liberdade seus medos. A maioria teme não conseguir mais fazer sexo depois que o filho nascer. Outras desabafam que, mesmo após o período de resguardo, não têm conseguido sentir prazer com o marido.
Essa e outras situações permeiam e muito as noites das mulheres durante e depois da gravidez. Por isso, uma roda de conversa gratuita reuniu nove delas no espaço Laço Materno nesta semana. Mediada pela fisioterapeuta em formação, Alessandra Lucca Artuso, o bate-papo revelou às mulheres que estar em harmonia é, primeiro, se perceber, amar e sentir seu corpo se transformando, garante Alessandra.
"A mulher não precisa ficar se comparando na gravidez, é importante entender que cada gestação é única, cada corpo responde de uma maneira e precisa viver o seu momento, apenas isso", explica Alessandra.
Mas para isso, é preciso enfrentar o assunto. "A sexualidade na gestação precisa ser falada, porque a mulher também sente desejo sexual. E quando isso não acontece, ela vai se reprimindo e também não chega a uma qualidade de vida plena".
Entre uma explicação e outra, as mulheres vão revelando medos que as levaram até a reunião. Para manter a privacidade, os nomes não serão identificados. Com 35 semanas de gravidez, uma das participantes comenta. "Sinto que não tenho vontade, estou sem libido e já foi a muitas rodas em que ninguém fala sobre isso. Mas eu quero fazer alguma coisa, também tenho desejos".
Outra mulher continua. "Hoje meu filho completa 46 dias de nascido e até hoje não consegui fazer relação. Estou morrendo de medo porque tive muita dor na gravidez e não tive vontade".
Quando a gravidez acontece, alterações hormonais tomam conta do corpo da mulher. É um turbilhão de sensações e emoções. "E quando a criança, com a amamentação, isso também pode diminuir a líbido. Mas a mulher não pode se culpar, ela deve seguir em frente. Mas se tudo isso não passar, procure ajuda, porque esses fatores também podem levar a um depressão pós parto".
O medo é comum, mas sexo com dor não é normal. "Muitas vezes essas mulheres acabam tendo relação mesmo com dor e isso não é correto. Tem que ser prazeroso".
E quando o parceiro não quer tocar a gestante? Alessandra ressalta que a reunião também importante para o lado de lá. "Por isso eu digo que os homens precisam também participar de uma reunião como essa. Compreender e dar o suporte necessário a essas mulheres".
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