Léo tem limitações, mas ao lado da mãe aprende curtir a vida sem ser um “fardo”
Mãe ouviu muitas vezes que ter um filho deficiente era um “fardo”, mas nadou contra corrente para ensinar Leonardo a ser feliz
Leonardo Franco da Silva tem paralisia cerebral. Nasceu com 20% de massa encefálica, a expectativa de vida era de meses e já está com 17 anos. Ele tem muitas limitações, mas ao lado da mãe Adriana Silva Pedrosa, de 33 anos, criou um modo de viver sem tanto peso, apesar da rotina árdua. Para eternizar essa relação, mãe e filho fizeram o primeiro ensaio fotográfico e o resultado trouxe lindas recordações.
Para a mãe, é emocionante olhar Leonardo em frente às câmeras. “Principalmente pelo sorriso. Léo não é muito de sorrir, sempre foi tímido, mas ele sorriu como nunca no ensaio”, diz a mãe.
As fotos foram um presente da fotógrafa Cleo Espíndola no Mês das Mães. Após sortear o ensaio e outra sortuda não aparecer, o ensaio virou presente para Adriana que, na Pestalozzi de Bonito, ao lado de outras mães, é admirada pela garra ao lado do filho.
Com a natureza e o por do sol como cenário, Leonardo se divertiu com as cores e o carinho da mãe sem deixar de lado uma de suas referências, a cadeira de rodas. Em conversa por telefone com o Lado B, a voz de Adriana deixa explicita a realização de mostrar ao filho como é possível ser feliz mesmo com as limitações.
“Já ouvi de muita gente que ter um filho com deficiência é um fardo. Mas o Léo nunca foi um fardo pra mim. Quando descobri a paralisia, muitos me falaram para não ter outro filho e não correr o risco de ter outro problema. Pois engravidei com a certeza que se tivesse outro filho com paralisia, amaria para o resto da vida os meus dois problemas”
Os dois vivem uma rotina intensa. Adriana é dona de casa e se dedica 100% ao filho. Nas ruas lidam juntos com o preconceito e a rejeição das pessoas, mas sem nenhum cansaço. “Léo não anda, mas sou os bracinhos e as perninhas dele. Quero ser para o resto da vida, isso não me cansa”.
Pelas ruas, os dois já ouviram de tudo. “Eu não sei se existe um tipo de mãe com filho deficiente, mas as pessoas parecem idealizar isso. Na rua, por exemplo, elas perguntam há quanto tempo eu sou babá dele ou há quanto tempo o adotei, como se eu não pudesse ser mãe de um filho deficiente. Mas sempre respondi com sorriso e orgulho dele”.
Diagnóstico - Adriana lembra que engravidou de Leonardo aos 16 anos. Morava em um sítio de Bonito e teve uma gestação, aparentemente, normal. “Quando ele nasceu senti algumas diferenças no seu comportamento. Fomos ao médico e descobrimos, aos 9 meses de vida, a paralisia cerebral. Na época, tive que deixar o sítio e começar o tratamento”.
Pelo diagnóstico, o garoto não vai mudar nunca. Os tratamentos diários são proporcionar qualidade de vida a Leonardo, mas nem por isso ele deixa de viver uma vida normal. “Onde eu vou ele está comigo. Não importa o lugar e a ocasião. Se o Léo não pode estar, eu nem vou. Faço isso para ele sentir como a gente posso ser feliz, independente das dificuldades”.
Muitas vezes Adriana é questionada sobre o quão difícil é ter um filho com deficiência. A mãe lembra exatamente como foi ver na expressão dos médicos que o filho teria poucos meses de vida. “No começo não foi fácil como em todo desafio. Mas eu nunca quis ver o Léo longe de mim. Quando os médicos disseram que ele não sobreviveria aquilo me doeu muito e hoje ele já completou 17 anos. O difícil já passou, só tenho motivos para me alegrar e sorrir ao lado dele”, conclui.
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