Não seja um facilitador, a figura que atrapalha muito combate à obesidade
Especialistas que lidam com quem tem problema relacionado ao peso dizem que "todo gordo" tem alguém que, em vez de ajudar, atrapalha
Manter dieta saudável é tarefa difícil, principalmente, para quem é obeso. Em tempos de luta contra os padrões estéticos, há quem se sinta bem com o próprio corpo. Mas também há quem precise emagrecer para continuar vivo. Nesta hora, algumas pessoas podem atrapalhar bastante. Os "facilitadores" acabam abrindo caminho para que a pessoa chegue justamente até o que lhe faz mal, a comida em exagero.
Quem já culpou algo ou alguém pelo ganho de peso? Amigos, familiares, a falta de tempo e inúmeros motivos somam para aquisição de gordurinhas indesejadas. Recentemente, episódios de um reality show norte-americano tratou do assunto e mostrou a típica cena de uma netinha buscando doces para a avó acamada por causa da obesidade.
Em outro episódio, a paciente, que já não cuida das próprias filhas, é obrigada a jantar fast food porque é a única coisa trazida pelo marido. Ingênuo ou não, isso é um exemplo de facilitador.
Paralelo a isso vem à falta de tempo, “vaquinhas” no trabalho e até mesmo aquele amigo da “gordice”. A nutricionista Priscila Souza do Carmo explica que atualmente a obesidade é um problema de nutrição na saúde pública, e pode ser causada por diversos fatores, sendo eles: econômicos, sociais, ambientais, culturais, e emocionais.
Todos têm de saber da mudança – A profissional explica que não dá para iniciar uma mudança de vida em segredo. As companhias em casa, no trabalho, faculdade ou escola precisam ter consciência da nova empreitada e o motivo pelo qual decidiu procurar ajuda.
“A estrutura familiar e os fatores emocionais, que são cada vez mais permissivos à expressão das tendências genéticas herdadas dos familiares são alguns dos fatores que influenciam na causa da obesidade. É importante que o grupo no qual o paciente esteja inserido saiba o motivo da procura de um nutricionista ou em casos mais graves do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar - médico, nutricionista e psicólogo -, que irão trabalhar o emocional para desenvolver a força de vontade e o amor próprio, muitas vezes perdido no decorrer da vida e de situações adversas, do paciente”, esclarece.
A psicóloga pós-graduada em terapia cognitiva comportamental e também especialista em métodos de Prevenção ao Suicídio, Dependência Química/Álcool e Violência de gênero, Natiele Braga, explica que quando o assunto é sobrepeso se entra em uma esfera complexa e que, resumidamente, a situação envolve pensamentos e ações.
“Quando o tema é sobrepeso ou obesidade entramos em questões cognitivas como desvalor, desamor, questões comportamentais, correria do dia a dia, facilidade do comer o que está ao alcance. Muitas vezes o paciente entra no processo de engorde, porque desconsidera o que está nessa construção. O cognitivo comportamental fala de como os pensamentos podem refletir nas ações, ou seja, no comportamento”, esclarece Natiele.
Figura distorcida x falta de amor próprio – Natiele explica que o fato do paciente ter desamor pelo corpo não é o mesmo de falta de amor próprio.
“Nessa questão entra como a pessoa se enxerga. Muitos chegam ao consultório com sua figura distorcida, devido às cobranças da sociedade, mas não com queixa de aceitação. Aquele paciente tem um desamor em relação ao corpo, mas não que apresente falta de amor-próprio. A pessoa não se enxerga com o peso, mas porque suas crenças não foram estabelecidas de forma correta. Fica muito taxativo rotular tudo como falta de amor próprio, como falta de força de vontade, pois sabemos que para uma reeducação alimentar ou qualquer processo que a pessoa venha a fazer, ele precisa estar estabelecidos em suas crenças e muitas das vezes essas pessoas não têm esse tipo de apoio”, finaliza.
Mudanças práticas - “A mastigação rápida, refeição em frente à TV, ausência de horários de rotina para alimentar-se e não realização de algumas refeições são algumas mudanças a serem tomadas. Há casos que um paciente consegue influenciar a casa toda e em outros casos o paciente acaba perdendo a vontade e desiste do acompanhamento. O apoio é muitíssimo importante para o real sucesso da mudança de hábitos alimentares”, orienta Priscila.
Algumas dicas que podem ajudar a eliminar peso:
1º procure carregar na bolsa uma porção de alimentos saudáveis, como fruta, linhaça, chia tostada ou castanhas; Isso te fará se sentir saciado
2º tenha o costume de andar sempre com uma garrafa de água e mantenha a boca molhada;
3º não consuma bebida alcoólica como cerveja, caipirinha, batidinhas, etc. São bebidas que contém um aporte calórico elevado.
4º em almoços, jantares e em churrascos comece a servir-se pela salada, tente evitar molhos ricos em gorduras; caso seja um coffee break, tente escolher alimentos assados e não fritos
5º mastigue bem os alimentos;
6º prefira alimentos ricos em fibras (verduras e legumes crus, frutas com casca e bagaço) e nas refeições, coma primeiro os vegetais;
7º procure sempre um profissional nutricionista, pois este irá ajudá-lo a adquirir maneiras de como fazer as melhores escolhas de substituição para ter uma vida normal e saudável;