Quanto tempo leva para criar um hábito? Quarentena ensina muito
Que hábitos você têm mudado dentro de si e ao seu redor? Quanto tempo precisamos para criarmos um novo costume?
Em média se leva de 21 a 30 dias para criar um hábito. Tempo para corpo e mente entenderem a mudança. Em tempos de isolamento, quando já se passou mais de uma semana de quarentena, o que você percebeu que aconteceu dentro de si e ao seu redor?
Psicóloga, Yasmin Migliorini de Resende Braga, explica que um hábito se cria a partir de uma rotina e que a cada dia precisamos inseri-la e diariamente seguir até que o cérebro o transforme em um hábito. "Por isso é importante que você se conscientize que uma mudança de hábito será favorável para sua nova rotina/estilo de vida", ressalta.
Lado B - Em 15 dias, tempo que já se discute alongar quanto ao isolamento social, como se pode aproveitar para mudar algo em nós?
- Estamos vivendo um momento de “pânico” e como se trata de um momento delicado para todos nós, manter a calma é primordial nessa situação. Precisamos focar na realidade evitando pensamentos futurístico e hipotéticos (o “e se”). Faça atividades que te dão prazer. Um filme, um bom livro, uma meditação, aprender algo novo. Evite o bombardeio de informações, muitas são fake news e colaboram para o aumento da ansiedade e uma possível crise de pânico. O contato com os entes queridos podem ser mantidos via WhatsApp, vídeos chamadas. É importante fortalecer sua rede de apoio neste momento!
Lado B - O que você acredita que as pessoas possam vir a enxergar neste período?
- Voltamos para dentro de nós e entendemos o valor das palavras fé, solidariedade, amor, força. Somos todos vulneráveis. Este é um momento que passa por nossas ações individuais (solidariedade), pela responsabilidade de cada um no seu dia a dia (não apenas nos dias de pressões e tensões). O que está em jogo é, nada mais, nada menos, o próprio futuro da humanidade.
Instrutora de Yoga e condutora de outras tantas terapias alternativas, Fabrícia Sampaio tem refletido consigo mesma e com os alunos ao seu redor.
"Hoje a gente está tendo uma grande oportunidade de desacelerar, observar e perceber o que realmente importa na vida da gente, para a nossa sobrevivência e nosso bem estar, o cuidado mútuo, a importância dos relacionamentos de um modo tanto mais íntimo quanto coletivo.
Com tudo isso que está acontecendo, fica bem claro que é impossível a gente ser umbiguista". diz.
Mãe de três e antropóloga que estuda os guarani-kaiowá, Priscila Anzoategui percebeu nos últimos dias crescer o sentimento de união. "Meu sentimento agora é que eu preciso ficar com a minha família, neste sentido de mudar totalmente a visão de divergência, de ter que estar bem mentalmente e fisicamente para cuidar dos meus três filhos e dos meus pais. Eu fico pensando como esse vírus pode tornar a gente mais humano. A gente vai ter que se reinventar, o coronavírus vai sacudir o capitalismo. O ter que ficar em casa, cuidar dos filhos e trabalhar ao mesmo tempo... Eu estou tentando ser otimista.
"O que aprendi com os próprios indígenas é que a gente tem que resistir e a gente vai ter que aprender um jeito de não soltar a mão do outro, mesmo quando não se pode pegar".
No podcast abaixo, a psicóloga Keyth Gimenes Barros explica que ao se falar de pandemia, é preciso ter em mente que o isolamento foi uma condição que nos foi colocada, e o que conselho maior é usufruir deste tempo para utilizar com a família.
"Alguém te disse 'pare' e está te dando esse tempo. Coloque para fora projetos que estavam parados, está na hora de se desconectar do mundo externo e se conectar com quem mora com a gente".
E se podemos aprender algo com isso, nas palavras dela é que todos somos sociais, comunitários e que não vivemos em isolamento. "É tempo de olhar para o próximo, olhar para quem a gente convive, mas que a gente não vive".