Se todos seguissem as regras de dona Noemia, vírus passaria longe
Ela criou medidas de segurança a mais que inclui: “ir direto para o banho!”
Noemia Maria de Lima tem 82 anos, 9 filhos, 18 netos e organizou o próprio decreto de segurança na quarentena. Com visita diária dos filhos, as regras são ainda mais rígidas. Cumprimentar? Só depois de passar pelo chuveiro e tirar os sapatos. A roupa de cada “visita” fica preparada numa cadeira ao lado do banheiro. Abraço? Nem pensar. Até as compras são deixadas no portão para evitar contato.
“Minha mãe tem 82 anos e é muito lúcida. Ela mesmo que ditou as regras de visitação. Eu chego, ela não cumprimenta, vou direto para o banheiro, tomo banho completo e ela deixa, numa mesa, roupa toda limpa para eu vestir. Tem toalha separada para cada filho que for visitar. Cortou visita dos netos, só por vídeo no WhatsApp”, explica o filho Antônio Osmanio.
No último domingo (5), foi a primeira vez que o casal saiu de casa, após 25 dias de confinamento. Ela conta que foram para Rochedo, compraram queijo na estrada e retornaram no mesmo dia. “Eu nem desci do carro, meu filho que comprou para nós. Também fazemos isso quando minha nora vem deixar as compras do supermercado, nada de contato. Ela deixa as caixas no portão. Fico com medo porque ela tem criança pequena”, explica.
Para Dona Noemia, todo cuidado quando os filhos vão à sua casa, é pouco. Os forros da cama e toalhas de banho e rosto são trocados diariamente. Apesar da precaução, ela não dispensa a caminhada matinal três vezes por semana. “Não deixei de fazer meus exercícios, mas sempre vou com máscara e tomo cuidado quando volto para casa. A melhor coisa que podemos fazer é ter higiene. É bom sair para ver o verde e sentir o sol no rosto”.
Antônio conta que ele e a irmã Fátima Fay, se revezam para visitar os pais todos os dias e verificar se estão bem. "Eu e ela revezamos, inclusive para levar as compras. Nós deixamos os sapatos, tomamos banho e a mãe vem com a roupa limpar. Mas abraçar e beijar, não fazemos desde o dia 15".
Apesar de toda rigidez, ela conta que bom mesmo era quando podiam reunir a família para um almoço de domingo. A casa está diferente, segundo ela, mais vazia. “Sempre vinham almoçar em torno de 20, 30 pessoas, isso contando só a família, fora os amigos. Mas os filhos continuam vindo almoçar e depois vão embora, sempre cumprindo as regras”, lembra Noemia.
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