Sem frescura com a modalidade, homens provam que pilates não é só para mulher
Tem gente que segue a ideia de que o Pilates só faz fama entre as mulheres e muito homem deixa de lado a prática por conta do preconceito. Mas em Campo Grande a realidade vem mudando. Exemplo disso é Valter Brait Filho, de 48 anos, que há três anos decidiu fazer pilates apesar da malícia dos amigos. "Eles dão risada, tiram sarro, mas eu nunca me importei. Comecei com o Pilates devido a uma dor nas costas e hoje é uma questão de qualidade de vida", conta.
Ele acredita que a popularidade entre as mulheres acaba deixando o público masculino intimidado. "Acho que eles ficam sem graça de chegar em uma aula e só ter mulher. E isso faz com que muitos acreditem que a prática seja só feminina", explica.
Valter percebeu o quanto era diferente e foi ele quem arrastou a esposa, Melise, para o exercício. "Se todo mundo soubesse como faz bem não haveria esse preconceito. Eu consegui trazer minha esposa para o Pilates e até amigos já estão fazendo", conta.
Não foi diferente com Paulo Rafael dos Santos, de 26 anos, que faz Pilates há quatro meses. Cabo do Corpo de Bombeiros em Campo Grande, ele enfrentou comentários durante muito tempo por conta da decisão. "No começo todo mundo do serviço tirava um sarro. Até hoje tem gente que dá risada, mas acabou mudando quando alguns viram os efeitos", conta.
Paulo optou pela prática em busca de fortalecimento da coluna e abdômen. "Eu preciso estar sempre em forma e o Pilates trouxe um equilíbrio maior ao meu corpo na hora de outros exercícios físicos. Sem conta a auto estima e a tranquilidade que aumentaram 100% no meu dia a dia".
Mas a resistência é tanta que tem gente que resolve até camuflar a rotina. "Já tive colega que fazia o Pilates, mas contava que era fisioterapia só para esconder", diz.
E ao contrário do que muita gente pensa, o Pilates foi desenvolvido por um homem, o alemão Joseph Pilates, menciona a fisioterapeuta e professora de Pilates Déborah Farias Costa. "No entanto, o pilates começou a ficar conhecido na década de 40, mas ficou em evidência anos depois com a divulgação da mídia através das atrizes e se criou um falso conceito estético como algo exclusivamente feminino", diz.
No começo, eram poucos homens, até que Déborah passou a ter uma turma maior com a presença deles. "No começo eles acham que o pilates é fácil, mas quando fazem a primeira aula entendem as dificuldades. Isso quebra um pouco do preconceito porque compreendem o quanto o a modalidade é desafiadora e requer dedicação para trabalhar o corpo inteiro".
Porque normalmente o homem possuí menor flexibilidade e mobilidade do que a mulher, por conta da diferença hormonal, óssea e muscular. "Então o pilates é uma modalidade que visa aumentar a flexibilidade e tonifica o músculo sem causar hipertrofia".
E o ponto alto são os benefícios e resultados que chegam em questão de meses. "Fortalece os grandes e pequenos músculos do corpo. Aumenta a flexibilidade, resistência física, melhora o alinhamento articular, a capacidade respiratória e tem como base o fortalecimento central do corpo, que é essencial para qualquer prática física", explica Déborah.
Além de melhorar o rendimento esportivo e condicionamento físico, o pilates tem seu lado terapêutico porquê controla a ansiedade e libera endorfina. "Ele também melhora a atividade sexual porque fortalece os músculos da pelve e melhora a flexibilidade", pontua.