Sua vida tem equilíbrio? Veja 6 hábitos para iniciar o ano com saúde mental

Para você, início de ano é momento de fazer planos para mudar, de uma vez, tudo o que deseja na sua vida? Cuidado! A virada traz ânimo para fazer mudanças, mas é importante que os planos sejam mensuráveis. A psicóloga clínica Giseli Oliveira dá dicas para começar 2023 com saúde mental, afinal “a vida pede equilíbrio”. Esse é o tema da campanha Janeiro Branco, dedicada à saúde mental.

Os planos devem “respeitar sempre a capacidade e condição física, psicológica e financeira que temos no momento, pois é muito melhor pequenas mudanças permanentes do que aquelas de grande impacto, que não se sustentam por muito tempo, desencadeando frustração e ansiedade”, alerta Giseli, que é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e Sistêmica Familiar.

Como assim equilíbrio?

Uma vida com equilíbrio acontece quando entendemos que somos seres biopsicosocioespirituais, conforme Giseli.

“Quando negligenciamos qualquer uma dessas áreas, acabamos prejudicando nossa vida como um todo. Em outras palavras, só temos uma vida realmente equilibrada quando cuidamos da nossa saúde física, do nosso estado psicológico, da nossa vida social e principalmente dos relacionamentos afetivos, e da nossa espiritualidade que não se trata de religião, mas de uma conexão com Deus ou com tudo aquilo que nos eleva como seres humanos, como paz, amor, bondade, altruísmo, autocontrole, transcendência, etc”, explica Giseli Oliveira.

1. Relacionamentos saudáveis

Os relacionamentos devem ter, principalmente, respeito e equilíbrio entre o que se doa e o que se recebe, pois toda pessoa que se doa demais acaba adoecendo mentalmente, conforme Giseli.

“'Isso de amar sem esperar nada em troca é bonito nos contos de fadas, mas, na vida real, um amor maduro exige um delicado equilíbrio entre dar e receber, pois tudo aquilo que não é mútuo é tóxico', é o que diz Bert Hellinger", explica Giseli.

Isso vale para relacionamentos afetivos, de amizade e no trabalho também. "No trabalho, por exemplo, uma pessoa é paga para fazer cinco coisas, mas faz dez. No início, pode parecer bonito e proativo, mas não é o que foi acordado. Uma pessoa que faz isso é uma forte candidata a desenvolver Síndrome de Burnout. No relacionamento entre casal, por exemplo, uma pessoa que não faz a sua parte no dia a dia e deixa a outra sobrecarregada, gera desiquilíbrio e a relação adoece", detalha Giseli.

O que fazer quando o outro não quer mudar para equilibrar a relação?

"Às vezes, a pessoa não tem consciência de que está adoecendo a relação. O primeiro passo é ter uma conversa franca, sem cobrança, falar em primeira pessoa 'eu não estou feliz por causa disso e disso' e, se não adiantar, propor uma terapia de casal. Se mesmo assim, o outro não estiver aberto a mudança, o melhor é se afastar, porque a pessoa vai adoecer, entrando em uma relação de indignidade", orienta a psicóloga.

2. Sono regular

Pesquisas recomendadas pela Associação Brasileira do Sono indicam que adultos precisam de 7 a 8 horas de sono com qualidade por dia; adolescentes precisam dormir cerca de 8 a 10 horas e crianças de 9 a 13 horas de sono diariamente.

3. Exercício físico

O Governo Federal também tem um Guia de Atividade Física para a População Brasileira. O material explica que todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico.

O exercício físico é um tipo de atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem o objetivo de melhorar ou manter as capacidades físicas e o peso adequado.

Vale a pena a leitura deste guia. Clique aqui para acessar o conteúdo.

4. Práticas de meditação ou oração

Não precisa ter uma religião, ao contrário do que muitas pessoas pensam. Quem não tem uma fé pode meditar. É comprovado que essas práticas trazem bem-estar mental, por isso são recomendadas pelos psicólogos, segundo Giseli. O Yoga é um exemplo de grupo de práticas físicas, mentais e espirituais, que ajudam no equilíbrio.

Em 2020, o Governo Federal chegou a lançar a série gratuita “Cinco Minutos que Mudam o seu Dia” com práticas para o dia a dia. Além disso, a internet traz uma infinidade de conteúdos gratuitos.

Clique aqui para acessar a série.

5. Alimentação saudável

Se falta tempo ou dinheiro para procurar um nutricionista de imediato, o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Governo Federal, traz dez recomendações importantes para dar um pontapé na vida saudável, entre elas:

Planeje o tempo e divida com os membros da família a responsabilidade por todas as atividades de compra e preparo das refeições, porque ninguém pode ficar sobrecarregado. Quando comer fora, prefira locais que façam a comida na hora.

Evite os alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo, gelatina, entre outros. A nutricionista Paula Tschinkel explica o perigo desses produtos.

“É preciso que as pessoas se conscientizem de que o açúcar, o sódio, as gorduras saturadas, os transgênicos e diversos outros aditivos presentes nos industrializados causam doenças, quando consumidos a longo prazo. A lei obriga as indústrias a usarem um novo rótulo que indica o alto teor desses aditivos. Tem que evitar esses alimentos que adoecem o intestino e, consequentemente, todo os sistema”, alerta a nutricionista Paula Tschinkel.

Clique aqui para acessar o guia.

6. Buscar ajuda

Conversar com um amigo e ir procurar um psicólogo pode ajudar a ampliar a consciência e o autoconhecimento, isso traz equilíbrio para a vida.

A psicóloga finaliza alertando: “quando perceber que a ansiedade, tristeza, bloqueios ou qualquer outro sintoma está fora de controle e atrapalhando sua rotina diária, busque ajuda”.