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Suely viu bairro envelhecer e criou projeto para não morrer dentro de casa

No Bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, dona de casa tornou velhice mais prazerosa através dança e amigos.

Danielle Valentim | 11/05/2019 08:22
Mesmo diante de tanta transformação de vida, Suely quer mais. A nova meta é levar aprendizado e renda a todas as participantes. (Foto: Kísie Ainoã)
Mesmo diante de tanta transformação de vida, Suely quer mais. A nova meta é levar aprendizado e renda a todas as participantes. (Foto: Kísie Ainoã)

Suely Gomes não imaginava que envelhecer dentro de casa seria tão chato. Quando se viu com 55 anos, o desespero bateu à porta com medo de partir sem ter feito muita coisa no auge da sua maturidade. Foi quando ela decidiu dar vida a um projeto que tornasse moradores mais felizes.

Foi assim que nasceu o projeto "Melhor Idade, Amo Minha Idade”, na Associação de Moradores do Bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo que hoje atende 62 pessoas idosas.

Maior que muito projeto do poder público, as atividades funcionam há cinco anos com ajuda de voluntários e doações de empresários. Suely não deixa de lembrar que é preciso amar as pessoas.

O espaço conta com um time de profissionais de peso, com nutricionista, cozinheiras, contador, advogado, educador físico e psicólogo. “Quem decide oferecer os serviços assume até escala, tem que ter compromisso de não faltar”, frisa Suely.

Muito organizado, o espaço ganhou rapidamente a cara de Suely, que, atualmente, é a presidente do bairro. Além de receber alimentos e fraldas geriátricas, a associação consegue pagar a luz, internet e água disponíveis no imóvel.

Muito organizado, o espaço ganhou rapidamente a cara de Suely, que, atualmente, é a presidente do bairro. (Foto: Kísie Ainoã)
Muito organizado, o espaço ganhou rapidamente a cara de Suely, que, atualmente, é a presidente do bairro. (Foto: Kísie Ainoã)

Suely mora quase em frente a associação e o estalo de começar o projeto aconteceu há cinco anos.

“Eu sentava para tomar tereré em frente de casa e via o abandono. Usuários de drogas. Um descaso. Eu falei para mim mesma que não dava e comecei a pedir doações para empresários. A primeira necessidade que vi foi dos idosos, a maioria mora sozinho, ou mora com o filho, mas fica o dia todo sozinho. E coloquei a meta de que em pelo menos um período eu os tiraria de casa”, conta.

Com muito suor, Suely conseguiu organizar para que todos os dias da semana, os idosos consigam passar por uma atividade, como zumba, educação física, pilates, ioga, danças, conversas com assistentes sociais, advogados e psicólogos.

A aposentada Celestina da Silva, de 64 anos, é participante pioneira. Ela conta que não consegue mais ficar em casa e teve uma mudança da água para o vinho.

“A transformação é total, chega o fim de semana que não tem atividades a gente fica agoniada e quer que chega segunda-feira. Aqui tem vários tipos de dança e já até passei por nutricionista. Mas a ginástica é a campeã da mudança, quando mais você faz, mais você aguenta fazer”, ressalta Celestina.

A corretora de imóveis Inácia Isabel, de 63 anos, ainda está na ativa e não perde um só dia. “Até minha disposição para trabalhar mudou. Minha vida mudou, ainda estou gordinha, mas já eliminei 12 quilos. As atividades e o professor são excelentes. A Suely incentiva também, ela corre atrás e o que a gente precisa ela ajuda. Agora com a futura cozinha industrial já me disponibilizo para ajudar, pois também sou cozinheira”, conta Inácia.

A aposentada Celestina da Silva, de 64 anos, é participante pioneira (Foto: Kísie Ainoã)
A aposentada Celestina da Silva, de 64 anos, é participante pioneira (Foto: Kísie Ainoã)
A corretora de imóveis Inácia Isabel, de 63 anos, ainda está na ativa e não perde um só dia. (Foto: Kísie Ainoã)
A corretora de imóveis Inácia Isabel, de 63 anos, ainda está na ativa e não perde um só dia. (Foto: Kísie Ainoã)

A nova conquista desde que a associação recebeu vida, é a construção de um UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) ao lado da Associação.

“Eu era dona de casa, mas agora passo o dia aqui. Estava muito gorda também, mas consegui emagrecer um pouco porque também participo das atividades”, conta.

Mesmo diante de tanta transformação de vida, Suely quer mais. A nova meta é levar aprendizado e renda a todas as participantes. Para isso, o planejamento agora é de uma cozinha industrial. A intenção é a arrecadação de R$ 15 mil.

“queremos fazer a cozinha porque vimos a necessidade fazer cursos de pães, bolo, sabão, doces e não temos cozinha adequada. Agora estamos com a vaquinha digital para conseguir. Além da cozinha, queremos montar um refeitório. Creditamos que com os cursos também vamos proporcionar renda extra as participantes”, explica.

Se você se interessou em ajudar é só procurar a Associação ou acessar o link da vaquinha social.

O espaço fica aberto de segunda a sábado das 7h às 19h.

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Confira a galeria de imagens:

  • (Foto: Kísie Ainoã)
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