Mega Man 11 traz a cara e o desafio da série de volta para os consoles atuais
Poucas franquias tem uma longevidade de quase 30 anos. Mega Man (ou Rockman como é conhecido no japão) surgiu em 1987, e o robozinho azul atravessou todas as gerações de consoles. Assim chega no seu 11º jogo mostrando que tem vitalidade para ir longe ainda.
Logo de cara é fácil dizer que há muito pouco o que eu não gostei em Mega Man 11. A primeira impressão não foi das melhores. A franquia teve muitas aberturas interessantes ao longo dos anos. A do segundo título é clássica, por exemplo, mas aqui optaram por desenhos a mão, sem nenhuma animação e uma dublagem pra lá de questionável. A abertura foi ruim o suficiente para me deixar com o pé atrás sobre o que esperar do restante do jogo, mas felizmente esse receio passou assim que a aventura começou.
Gráfico 2.5D para ficar bom tem que ser muito caprichado nos detalhes ou fica com cara de produto mal acabado. Mega Man 11 é lindo. É muito colorido e as animações estão redondinhas. Todos os inimigos e cenários estão cheios de detalhes e sempre tem bastante coisa interessante para observar. É praticamente um desenho animado, no departamento visual o game está muito bem servido.
Uma das características clássicas de todo Mega Man é o fato de você poder escolher a fase que vai jogar, e vencendo o chefe da respectiva, o herói absorve a arma dele que em contrapartida vai te ajudar nos níveis seguintes. A ordem das fases importa e pode deixar o jogo bem mais fácil ou mais difícil. Para mim o jogo começou a fluir de verdade na fase do Blastman, após sofrer bastante com minhas escolhas. Assim, eu recomendo começar na seguinte ordem: Blastman, Fuseman e Blockman. Essa sequência vai te dar boas opções de armas e facilitar sua vida.
Quanto a jogabilidade, Mega Man 11 apresenta uma novidade para a franquia que é a mecânica de Gears. São duas opções, turbinar o blast para tiros super poderosos ou atrasar a passagem do tempo, na prática seria como uma super velocidade, já que tudo fica lento menos você. Eu acho a segunda opção muito mais útil do que a primeira. Especialmente nos chefes de fase, usando a super velocidade na hora correta abre uma janela ótima para dar mais dano. Essas habilidades são temporárias e demoram para recarregar, então use com moderação. Falando em chefes, alguns são bem apelões, e aí cabe a você aprender os padrões de movimentos e se preparar corretamente para os confrontos.
A lojinha de upgrades possui muitas opções para gastar seus suados créditos. Recomendo sempre que possível comprar vidas extras, energia tanto para as armas quanto para vitalidade e pelo menos um passarinho que te salva dos poços, caso contrário é cair e morrer. Mesma coisa com os espinhos, que matam de primeira. Os controles estão bem ajustados, morri muitas vezes e nunca tive a sensação que fui traído por eles. O básico de todo Mega Man está lá: o dash, tiro forte, tiro fraco. Para saltos altos quem te ajuda é o cão amigo Rush, literalmente com uma mola nas costas.
A história do jogo é a mesma de sempre, Dr Willy aprontando. Mas tudo bem, Mega Man nunca precisou de histórias elaboradas para ser divertido, e não é diferente aqui. O que ficou devendo um pouco na minha opinião foi a trilha sonora. Algumas músicas são melhores que outras, mas no geral nada memorável. Todas elas tem uma pegada meio técnico e sem muita melodia. As músicas não comprometem o jogo, mas não tem nada ali que eu vou querer ouvir no carro.
Mega Man 11 é muito competente e divertido. Belos gráficos e jogabilidade redondinha, a trilha sonora poderia ser melhor, mas também não compromete. Um jogo bem polido, balanceado e recomendado para todos os fãs do blue bomber, vale a pena experimentar.
Conheça o Video Game Data Base, o museu virtual brasileiro dos videogames. A coluna de games do Lado B tem o apoio do Expo Video Game.