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Microsoft faz ofensiva com realidade misturada, aluguel de jogos e indies

Edson Godoy | 07/03/2017 12:00
O óculos de realidade misturada da Acer, que funcionará com os consoles da linha Xbox e PC’s.
O óculos de realidade misturada da Acer, que funcionará com os consoles da linha Xbox e PC’s.

A Microsoft tem plena consciência de que na atual geração, quem está se dando bem é a Sony e seu PlayStation 4. Enquanto o Xbox One ultrapassa agora a marca de 28 milhões de consoles vendidos pelo mundo – 29% do mercado, o Playstation 4 já superou a marca de 54 milhões – 54% (fonte: vgchartz). Diante desse cenário adverso, a empresa de Bill Gates a todo momento procura criar formas de chamar atenção sua divisão de consoles. Nas últimas semanas ela fez isso muito bem, com três anúncios que demonstram que a linha Xbox veio para ficar e não entregará os pontos nessa briga.

Para começar, ela anunciou que já em 2018 o Xbox One e o Scorpio (próximo console da empresa) terão softwares e equipamentos de realidade misturada para rodar. Mas o que seria Realidade Misturada? É a combinação de realidade virtual – algo que o PlayStation VR faz – com realidade aumentada – que a Microsoft já está em vias de oferecer com o HoloLens e que a Nintendo faz muito bem com Pokémon Go. Para isso, além do próprio HoloLens, a empresa está fechando parceria com diversos fabricantes para a criação de equipamentos de realidade misturada, incluindo Asus, Dell, HP, Lenovo e 3Glasses, além da Acer, que já está disponibilizando para desenvolvedores o Acer Windows Mixed Reality Development Edition Headset, que conta com dois displays de LCD de 1440x1440 cada e 90Hz de taxa de atualização.

Outro anúncio foi o Xbox Game Pass. Trata-se de um serviço de aluguel online de jogos. Com custo de 9.99 dólares (equivalente a pouco mais de trinta reais), o serviço disponibilizará uma biblioteca de mais de 100 jogos de Xbox One e também retrocompatíveis de Xbox 360, das mais variadas publishers, incluindo grandes como Capcom, Bandai Namco, SEGA, SNK, Warner, e muitas outras, além da própria Microsoft. O CEO da divisão Xbox Phil Spencer, citou jogos como Halo 5 e SoulCalibur II que estarão disponíveis já na fase inicial.

O diferencial do Game Pass é que os jogos não rodarão de uma “nuvem”, mas sim diretamente no console, eliminando assim o risco de instabilidade durante a jogatina. Após serem baixados, os jogos funcionarão enquanto a pessoa manter o status de assinante do Game Pass. Se deixar de assinar, apesar do jogo não rodar mais, os progressos e conquistas permanecerão vinculados à conta do jogador.

Todo o mês novos jogos entrarão no catálogo. Como cereja do bolo, o assinante terá direito a desconto de 20% caso opte por comprar algum dos jogos disponíveis no catálogo do Game Pass (10% no caso das DLC’s). O serviço já está em fase de testes para os membros do Xbox Insider e tem previsão de lançamento geral para o segundo semestre de 2017. Ainda não foi informado se o serviço estará disponível em terras tupiniquins.

Para fechar, a Microsoft resolveu facilitar de vez a vida dos desenvolvedores independentes, com a criação do programa “Xbox Live Creators”. Nele, qualquer pessoa poderá lançar um jogo para Xbox One, Windows 10 e futuramente até para o Scorpio, baseado na UWP – Plataforma Universal do Windows, sem necessidade de aprovação. Para isso, basta aderir ao programa, mediante o pagamento de uma taxa única que varia de 20 a 100 dólares e pronto. Apesar de não necessitar de aprovação, a Microsoft pode remover o conteúdo a qualquer momento, caso entenda oportuno.

Em razão da utilização obrigatória da plataforma UWP, existem claras restrições que impedem a utilização de todo o “poder de fogo” do Xbox One, além de não poderem inserir em seus jogos o sistema de conquistas e jogatina multiplayer. Os jogos serão vendidos em um setor especial da Xbox Live e caso o desenvolvedor queira produzir algo mais elaborado, poderá tentar o programa ID@Xbox, que conta com suporte da própria Microsoft aos desenvolvedores indies, mas que possui exigências maiores para a participação.

Muito bom ver a Microsoft se mexendo para melhorar cada vez mais a família Xbox. A concorrência sem dúvida é a mola que faz com que as empresas invistam cada vez mais em seus produtos, buscando fazer sempre o melhor, com vistas a sobreviver e principalmente vencer nesse disputado mercado de videogames. Quem ganha com isso somos nós. Visite o Vídeo Game Data Base, o museu virtual brasileiro dos videogames.

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