Após 68 anos de confeitaria, dona Fifi repassa amor e receita para bisneta
Profissão que garantiu a educação dos filhos de bisavó, agora se torna a empresa de Mônica
Aos 84 anos, Ephigênia Fortes Francisco conta que 68 anos fazendo bolos não foram o bastante para que ela enjoasse da profissão. Tendo criado a família através da confeitaria, a bisavó construiu uma geração de apaixonados pelos sabores doces e vê a bisneta transformando a ‘herança’ em empresa.
Tendo crescido ouvindo as história de dona Fifi, Mônica Francisco Morales, de 23 anos, criou sua própria confeitaria. A partir dos ensinamentos da bisavó, ela procurou cursos e narra que Ephigênia faz questão de participar dos projetos ainda hoje.
Assim como a matriarca, a jovem decidiu transformar a paixão em profissão na vida adulta e, é claro, deixa a “bisa” feliz diariamente. Sem espaço físico, a confeitaria atende online e em feiras culturais de Campo Grande.
Unindo doces e bolos variados, o espírito do negócio de Mônica também foi aprendido com Fifi, isto é, não negar encomendas e aceitar os desafios. “A gente trabalha com várias opções, minha vó fazia muito bolo de casamento, por exemplo, e eu nunca fiz. Mas é aquilo, a gente está disponível para novas coisas”, comenta.
Sobre a trajetória da família até chegar à quarta geração, Ephigênia brinca que ninguém escapou dos doces. Os filhos, netos e bisnetos, todos se viram na cozinha e não há quem fique de fora quando os segredos da cozinha são compartilhados.
“Meu primeiro bolo eu fiz com 16 anos, para o meu casamento. Aprendi só olhando, quando minha irmã casou e teve o bolo, eu fiquei ali querendo saber fazer também”, conta sobre como tudo começou. Tendo vivido a maior parte da vida na área rural, Ephigênia explica que o gosto fazia com que ela deixasse a casa semanalmente para encantar os clientes da cidade.
E, pouco a pouco, a vontade de aprender graças ao casamento da irmã se tornou um de seus orgulhos até hoje. Isso porque mesmo sem precisar, ela garante que continua fazendo os doces e bolos tanto para família quanto para clientes que a procuram.
Retornando ao passado, Ephigênia comenta que sem qualquer tipo de divulgação paga, a época fazia com que a aprovação dos clientes se tornasse o cartão de visitas. “Tinha gente que perguntava se eu conseguia fazer um bolo no mesmo e dia, nunca neguei. Outra coisa é que sempre fiz tudo, desde a massa até o recheio, no dia da produção”.
Para ela, a chave de conseguir conquistar um público fiel foi o amor depositado em cada pedaço de bolo elaborado por suas mãos. “Você precisa amar o que gosta. Nunca falei uma palavra feia enquanto fazia os bolos, os doces. Tem que gostar mesmo, isso que vale”, diz.
Apesar do gosto ter passado por toda a família, Fifi explica que alguns integrantes conseguiram aproveitar mais amplamente os benefícios. “Minha neta faz bolos maravilhosos, vendeu por um tempo. Minha filha faz a mesma coisa e, agora, estou passando para a bisneta. Ela é ótima, muito cuidadosa com tudo, a gente tem orgulho”, destaca.
E, para conhecer mais sobre os doces e bolos feitos por Mônica, além de comprovar o orgulho da bisa, o perfil no Instagram, é @_ambrosiaconfeitaria.
Confira a galeria de imagens:
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