Após divórcio, Odair recomeçou na estrada e lucra quase mil por dia
No porta-malas, ele carrega "doces coloniais" que vende por onde passa
O fim do casamento de 35 anos fez Odair Gonçalves da Cruz sair de Maringá (PR) para desembarcar na cidade que só conhecia através das notícias. Há quase 12 meses em Campo Grande, o vendedor, de 54 anos, redescobriu o prazer da vida graças aos doces coloniais que comercializa por R$ 8.
No porta-malas do carro, ele carrega 15 opções do produto artesanal. De formatos e cores diferentes, os doces são de abóbora com coco, cocada com maracujá, paçoca da Serra da Canastra, mamão, batata doce, batata roxa, figo, laranja e banana cristalizada. O carro-chefe e favorito é o doce de leite mineirinho. Para completar tem o figo recheado com doce de leite. Todos são vendidos por R$ 8 a cada 100 gramas.
Há um mês Odair iniciou o trabalho que ocupa todos os dias da semana. Independente do horário, ele roda a cidade e entrega os doces para alguns dos clientes que conquistou nesse curto período. Outra estratégia de venda é visitar centros comerciais para mostrar aos funcionários os potes cheios de gostosuras.
Às 9h30 de sexta-feira (21), o vendedor já garantiu as primeiras vendas do dia. No celular, ele mostra diversas das mensagens que recebeu de pessoas passando endereços e combinando horário para garantirem os doces.
Apesar de estar com um sorriso no rosto, Odair comenta que o motivo da mudança para a cidade não foi dos melhores. “Eu fiquei 35 anos casado e de uma hora para outra meu casamento não deu certo. Foi por isso que vim para Campo Grande. Eu amo pescar, a natureza que tem aqui, Campo Grande é tudo de bom”, afirma.
Sem parentes ou amigos na Capital, o vendedor conta que só tinha algumas referências da futura casa. “Eu via muito no jornal. Via que aqui era uma cidade arborizada, uma cidade bonita e com quase um milhão de habitantes. Eu falei: ‘Vou tentar a vida lá”, fala.
Odair não pensou muito, fez as malas e comprou a passagem só de ida. “Eu peguei uma camisa, uma calça, coloquei uma sacola nas costas e parti. Caí na rodoviária, arrumei uma pousada, comecei a trabalhar na pousada e arranjei um dinheiro, aí comprei os doces”, explica.
Na cidade natal, ele tinha experiência com vendas e produtos coloniais. Por isso, Odair não demorou a se adaptar à vida de vendedor. De um fornecedor de Minas Gerais, Odair compra os doces que agradam só de olhar.
A propaganda também não deixa a desejar. “Essa cocada de maracujá é fantástica, de uma qualidade, derrete na boca. Essa batata amarela é muito boa e essa abóbora é diferente, é pingada”, diz ele apontando os potes.
Para quem diz ter enfrentado um quadro depressivo ao ponto de querer desistir da vida, Odair hoje é outra pessoa e garante estar agradecido pelo sucesso que os doces estão fazendo. “Eu estava meio depressivão, mas Deus tem sido muito bom. Tá dando certo, graças a Deus deu muito certo”, conclui.
Quem quiser adquirir os doces, o contato do Odair é (67) 9.8125-1023
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