China virou sushiman ‘das antigas’ que não tem medo de invencionice
Ele se encantou pela receita japonesa em 1996 e virou sushiman conhecido pela cidade
Antes do sushi cair no gosto do campo-grandense e ser vendido em diferentes pontos da cidade, Carlos Antônio Duarte, de 40 anos, já trabalhava com o prato típico da culinária japonesa. Na década de 1996, o ‘China’, começou no restaurante como lavador de pratos e posteriormente se tornou ‘sushiman’.
Atualmente, China diz ser o mais antigo da cidade na profissão de sushiman. “Eu sou um sushiman pioneiro aqui em Campo Grande, o mais antigo. Bem dizer, sou agora o que ficou, porque o que era faleceu. Fui para outras cidades levando o sushi, a comida oriental”, declara.
O Restaurante Nikko, segundo ele, foi a primeira casa a preparar e servir o sushi. “Ele (Nikko) trouxe para cá em 1993, mas começou a botar em prática e servir o la carte em 1996”, lembra. Na época, China tinha 12 anos e começou a trabalhar no estabelecimento, pois a mãe era cozinheira daquele local.
Ele comenta que na década de 1990 os clientes e fãs do sushi eram mesmo os japoneses ou aqueles que compartilhavam a descendência. “Brasileiro ia pouco. Os que comiam mesmo eram os japoneses. Foi só em 2005 que o sushi disparou”, conta.
De manhã, ele estudava e à tarde cumpria o expediente no restaurante. Assim a rotina seguiu, porém com o passar do tempo o menino desenvolveu interesse em aprender mais sobre o sushi. “Entrei como lavador de pratos para ajudar e os anos foram passados e eu fui me interessando um pouco mais. Passei a ajudar o sushiman e me envolver mais”, diz.
O sushiman conta como se sentiu ao ter o contato direto com a culinária. “Achei muito diferente. Um espetáculo o desenho que eles faziam”, fala. Esse fascínio o fez continuar na profissão e buscar outros locais para se especializar. “Trabalhei em outras casas de Campo Grande, mas hoje sou chefe no restaurante Hong Kong”, relata.
Servido de outras formas além da receita tradicional, o sushi ganhou ingredientes mais regionais. “Hoje em dia a demanda precisa mais e se popularizou. Mudou bastante o sushi hoje em dia. Muita gente faz com pimenta biquinho, geleia de pimenta, fazem bem no estilo de sul-mato-grossense”, fala.
Por mais que no restaurante siga a linha tradicional, China, ao invés de alguns, não vê problema nessas adaptações. “Tem que adaptar. Eu acho legal ver fazendo, mas muita gente não aceita. Eu acho legal crescer junto”, destaca.
Na experiência dele, o gosto do público é algo que também varia. "Os japoneses eles gostam dos tradicionais que é o Filadélfia, Califórnia e demais. O brasileiro gosta mais assim com cheddar, mussarela, azeitona e tem uns que pedem mesmo porque gostam. Eu vejo que é pouco os que gostam dos tradicionais", fala.
No final da entrevista, ele fala sobre um sonho que ainda quer realizar. “Eu pretendo abrir um restaurante futuramente. Tudo depende de oportunidade”, conclui.
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