Com receitas alemãs, confeitaria tem desde cuca até café colonial
Loise mergulhou nas memórias da infância para trazer a MS as referências vividas no Rio Grande do Sul
No Jardim São Lourenço, uma confeitaria reúne receitas tradicionais alemãs comuns no Rio Grande do Sul que vão desde as cucas até o tradicional café colonial. Baseados no afeto familiar, os produtos nascem das mãos de Loise Lisete Kleemann Della Senta, que mergulhou nas memórias da infância para trazer as referências vividas nos campos gaúchos.
“Os doces sempre estiveram presentes em casa através das cucas, geleias, docinhos. Eu consigo até sentir o cheiro da cuca sendo assada”, introduz Loise. Morando em Campo Grande há 34 anos, ela conta que nunca abandonou o gosto pela culinária aprendida em casa e depois de duas décadas trabalhando como professora decidiu investir nos doces.
Sobre a ideia da Schokolade, a proprietária conta que quis criar um espaço em que pudesse recriar as experiências com os doces enquanto rituais de carinho. “Em casa, a hora da refeição era uma delícia, o horário em que todo mundo se reunia em volta da mesa e eram tantos quitutes. Nossas mesas eram repletas de coisas, como são os cafés coloniais de hoje e tinha de tudo para todos os gostos”, detalha.
Por isso, ela narra que na confeitaria tudo é feito da maneira mais artesanal possível e sempre pensando na variedade de casa. “Eu visitava confeitarias daqui e achava a maior parte delas muito padronizada. Você provava os doces e não parecia que tinha um sabor diferente, não conseguia ver história nas receitas”.
Ao notar que gostaria de ter um espaço com sua cara, Loise explica que decidiu fazer um resgate de sua cultura e dos antepassados. “Nessas buscas de perfil, eu me inspirei no café colonial de Gramado. Meus antepassados são dessa região e depois se mudaram para uma área agrícola, mas a tradição ficou”.
No cardápio, a variedade vai desde o Bauru Sulista, que é um pão de forma sem casca com queijo, salame colonial e manteiga, até as cucas que Loise aprendeu a fazer com uvas colhidas no quintal de casa.
Como a proprietária contou, uma das principais inspirações foi o café colonial do Rio Grande do Sul. Por isso, aos sábados e domingos a confeitaria tem sua edição por R$ 45 com itens que vão desde bolos caseirinho, torta recheada e banana bread até patê de ricota, torta de milho e sagu.
Durante a semana, há sempre opções de sobremesas individuais como brownies e cheesecake, salgados como empadas, pastel assado e trouxinha de carne de jaca com azeitona. Além disso, uma variedade de cafés acompanha o menu.
Mergulhando nas explicações sobre sua relação com os alimentos, ela diz que os familiares chegaram ao Brasil por volta de 1900. “Quando chegaram naquele lugar, começaram a cultivar tudo o que era possível, desde frutas até leite. Além disso, a produção também era feita em casa com algumas receitas que minha mãe e minha avó trouxeram”.
Desde compotas até receitas de doces, tudo foi sendo compartilhado entre a família até chegar à Schokolade. E, claro, até o nome é uma referência às memórias.
Conforme Loise explica, “schokolade” é “chocolate” em alemão e foi uma das palavras presentes na sua infância. Ainda pensando sobre o aconchego trazido pelos momentos em família, ela conta que a arquitetura da confeitaria tenta trazer esse sentimento.
“Nós criamos vários cantinhos para que cada um se sinta confortável do melhor jeito. Então temos espaços tanto para quem vem em família, com amigos, em reunião e até mesmo sozinho. Todo mundo vai se sentir bem”, completa a proprietária.
Localizada na Rua Marquês de Lavradio, número 952, no Jardim São Lourenço, a confeitaria abre de terça-feira até domingo das 8h às 19h.
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