Dalva levanta às 3h para garantir o café da manhã de quem madruga
Para ser pontual e não deixar ninguém sem café da manhã, cozinheira até mudou de bairro
Orgulhosa de dizer que com ela não dá para reclamar que falta café da manhã logo cedo em Campo Grande, Dalva acorda às 3h para que às 5h em ponto os salgados e o café estejam disponíveis para os clientes. Sem nunca ter imaginado que aos 58 anos estaria no ramo alimentício, Lindalva Tucci conta que já vendeu roupa até para famoso, mas que hoje não abandona a salgaderia.
Há 7 anos, a então vendedora decidiu abrir uma mercearia na Rua 13 de Maio, mas os pedidos fizeram com que ao menos chipas começassem a ser vendidas por ali. “Aqui na frente tem o CEM, por perto tem outros trabalhadores que chegam bem cedo e aí faltava a comida. Como muita gente pedia, comecei vendendo chipa e pão de queijo e deu certo”, conta Dalva.
Na época, ela morava no bairro Nova Campo Grande e precisava acordar ainda mais cedo para chegar ao trabalho. Mesmo assim, foram cerca de três anos com a rotina mais pesada até que ela decidiu se mudar para a casa vizinha da lanchonete.
“Ficou bem melhor, mas como eu sou bem chata com o que vendo, acabo levantando da cama bem cedo. Tudo sou eu que acabo fazendo na cozinha, então o trabalho é longo para que às 5h a gente consiga abrir”, detalha.
Antes da pandemia, Dalva chegou a trabalhar com a venda de almoços, mas com as restrições acabou se adaptando aos salgados e hoje são eles que fazem sucesso. Mantendo a chipa e o pão de queijo por R$ 1,50, todos os outros salgados custam R$ 5,50.
Desde croissant até saltenha, esfirra, enroladinho e pão de batata, tudo tem a mão da dona. “Eu acabei aprendendo a cozinhar muito cedo quando era criança. Meu pai trabalhava com queijo e coisas ligadas ao leite e minhas irmãs ajudavam ele. E como eu era a mais nova, sobrava para mim a cozinha”, brinca.
Mesmo tendo sido algo “obrigatório”, o gosto pela cozinha se manteve, mas Dalva detalha que não se imaginava trabalhando com isso. Durante toda a vida, ela sobreviveu das vendas e diz que já atendeu até famosos.
“Eu vendia roupas infantis, já vendi de casa em casa, na feirona e na época que a feira era na rua mesmo, muita gente passava por ali. Quando eu trabalhava com isso, atendi muito o Almir Sater por exemplo, os filhos dele quando eram pequenininhos”, diz Dalva.
Mas graças ao gosto por conversar e conhecer gente nova, a história acabou voltando para o início e as roupas ficaram de lado. Sendo o que venceu foi, mais uma vez, se dedicar a garantir que a comida esteja pronta logo cedo, mas dessa vez por total vontade própria.
E para conhecer a salgaderia de Dalva, o espaço fica localizado na Rua 13 de Maio, entre a Rua Eça de Queiroz e a Travessa Guia Lopes. Por ali, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 5h às 19h30min, e aos sábados das 5h às 12h.
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