Em saída de balada, Carla e Sueli salvam os famintos com ‘Sapa Dog’
Além de prepararem cachorro-quente caprichado, elas dão conselhos para os clientes que saem do rolê
Tudo começou com o pão caseiro vendido próximo à Feira Central e um Carnaval em que Carla Forte Corrêa, de 39 anos, e Sueli Ferreira Dias, de 36 anos, fizeram sucesso vendendo cachorro-quente para os foliões. Em 2018, a ‘Sapa Dog’ foi criada e elas passaram a ser presença garantida em festas LGBTQIA+, baladas e bares com estética alternativa.
Com o trailer rosa, as meninas rodam a cidade sempre em busca do próximo rolê onde podem vender as 'sapadogs' e 'sapaburguers'. A produção é toda artesanal e o menu tem desde opções simples a mais caprichadas do lanche.
Antes de ficarem conhecidas, Carla conta como teve início a história do negócio. “A gente fazia pão caseiro, cuca, rosca doce, cueca virada, pão de abóbora na porta da feira. Aí vinha o carnaval e entramos nessa de vender cachorro-quente. Não tínhamos nada, esquentávamos o molho no seu Zé, tudo muito improvisado”, fala.
A ideia de vender o lanche à noite, segundo ela, surgiu por acaso. “Um dia passei na frente da porta de uma boate e em Campo Grande não tem carrinho de lanche nas baladas. Em São Paulo, Rio, é comum o pessoal sair e comer. Aí pegamos uma época da Daza de quinta-feira e foi um sucesso”, afirma.
Por trabalharem de madrugada, as duas não só vendem os lanches, como também dão uma força para aqueles que passaram do ponto na bebida. “A gente cuida deles na balada bêbado, recolhe carteira, chaveiro”, diz Carla.
Já Sueli garante que dar conselhos também faz parte da rotina de serviço. “Eles acham que a gente é mãe, pede conselho e come e chora”, comenta. Ela brinca que cada público recebe um tipo de atendimento. “A gente tem dois públicos e uma atende cada um. O mais sentimental é eu que recebo e os que gostam de ouvir as verdades dita e crua falam com a Carla”, explica.
Além de proporcionar renda e melhorias na vida das empreendedoras, as vendas na rua fizeram com que elas fizessem amigos e ganhassem o carinho do pessoal. “Na pandemia o que a gente recebeu foi mensagem. Quando a gente fica doente, eu mando mensagem no grupinho, eles vão, já aparece antibiótico. É muito diferente, é uma relação que construímos”, destaca Sueli.
Rotina corrida - Por fazerem tudo sozinhas, o casal vive na correria. Às vezes, elas passam por mais de uma balada pela madrugada. “Nós somos assim, por exemplo, estamos aqui, acabou o rolê, ainda tem mercadoria e sabemos que tem Non, partiu. Não vendeu a meta a gente vai para outro canto”, ressalta Sueli.
Do molho à maionese, a produção é artesanal e o menu também tem opções veganas. No trailer, o público pode experimentar o ‘sapa simples’, com salsinha, requeijão, milho e batata palha, ao ‘sapa tudo na chapa’. A última opção traz duas salsichas, muçarela, presunto, bacon, calabresa, requeijão e batata palha. Os lanches têm valores variados que vão de R$ 13 a R$ 28.
Através do Instagram, elas compartilham as baladas e festas onde estarão. Quem ficou curioso para experimentar, o perfil é @sapadogcg.
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