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Sabor

Em salgaderia de bairro, cliente tem self service e paga ‘na confiança’

Sem anotar pedido e confiando no cliente, Luci vende de salgados a pães doces na Vila Carlota

Jéssica Fernandes | 07/03/2023 07:52
Lucimeire é a proprietária da salgaderia que abriu durante a pandemia. (Foto: Alex Machado)
Lucimeire é a proprietária da salgaderia que abriu durante a pandemia. (Foto: Alex Machado)

Na salgaderia não existem fichas ou comandas para anotar o pedido e o cliente é quem diz o quanto consumiu na hora de pagar. Tudo funciona na base da confiança e a proprietária garante que há três anos o sistema tem dado certo.

No Bairro Vila Carlota, Lucimeire Aparecida de Souza, de 60 anos, comanda o estabelecimento que de segunda a sábado abre antes das 7h. Pães caseiros, roscas doces, doces e salgados fritos são alguns dos produtos que conquistaram moradores e funcionários que transitam na região.

No estilo self service, o cliente pega o prato no balcão e pode se servir das empadas, hambúrgueres, pastel assado, esfihas, pizza, sopa paraguaia e outros vários salgados que custam R$ 4 a unidade. Após se empanturrar é só pagar a conta e ir embora.

Cliente pode escolher e servir o salgado direto da estufa. (Foto: Alex Machado)
Cliente pode escolher e servir o salgado direto da estufa. (Foto: Alex Machado)

A Salgaderia da Luci abriu durante a pandemia após a empreendedora trabalhar como motorista de aplicativo e na loja de uma prima. Os dois negócios não deram certo e ela resolveu apostar nos pães e salgados. “Começamos na pandemia na cara e na coragem mesmo. Por enquanto continuamos assim”, ri.

Depois de procurar locais para alugar, Luci encontrou o espaço ideal no bairro onde mora há 25 anos. Ela explica o motivo de ter abdicado das comandas na hora de ver o que o cliente consumiu.

“A gente procura resgatar um pouco da confiança de antigamente, de confiar na pessoa. Às vezes está muito cheio, geralmente às 16h é a hora do movimento e você nem vê o que ela pegou. Ela pega, come, vai no caixa e fala: ‘Eu comi tanto, peguei tal coisa’”, conta.

Salgado de qualquer sabor é vendido a R$ 4. (Foto: Alex Machado)
Salgado de qualquer sabor é vendido a R$ 4. (Foto: Alex Machado)

“A gente não tem ficha, comanda e nem nada. É totalmente na confiança do cliente. A maioria já sabe como funciona. Só se for pra levar que a pessoa fica aguardando mesmo”, ressalta Douglas dos Santos Arantes, de 35 anos, que é genro de Luci e trabalha no lugar.

Ela afirma que por enquanto essa relação de confiança tem dado certo. “Até hoje nunca tivemos desconfiança de alguém e outra coisa se for é da consciência da pessoa. A gente confiou nele”, pontua.

O método também tem a finalidade de não gerar incômodo ao cliente que ao invés de esperar sua vez no caixa já pode comer os salgados. É o que explica a proprietária. "É que é chato né, você pega o salgado e o refrigerante e fica esperando pra pagar e poder sair, então não. Você pega e já sai", comenta.

Pizza de calabresa é uma das opções para cliente escolher. (Foto: Alex Machado)
Pizza de calabresa é uma das opções para cliente escolher. (Foto: Alex Machado)

De tudo um pouco - Ao falar do que é produzido no espaço, Luci vai longe. “Tudo que você imaginar a gente faz”, diz. Além dos salgados assados e fritos, o estabelecimento faz roscas doces, pães caseiros simples e recheados, cueca-virada, sonho, baguetes, rosca rainha, bolos e doces.

A versatilidade de receitas Luci credita aos padeiros habilidosos com que trabalha. “Nossos padeiros inventam, se não tem tal coisa eles inventam. Eles são aqueles padeiros de balança que pesa tudo que vai fazer”, declara.

Tudo que os padeiros fazem tem saída rápida das salgadeiras nas primeiras horas do dia, pois muitos aproveitam para tomar café da manhã no estabelecimento a caminho do trabalho ou escola.

Além dos salgados, pães doces fazem parte da produção. (Foto: Alex Machado)
Além dos salgados, pães doces fazem parte da produção. (Foto: Alex Machado)

Outro horário que ‘bomba’ de cliente é o período da tarde por volta das 16h30. No final do expediente a venda de salgados chega a 600 unidades. Para Luci, que abriu na 'cara e coragem', o sentimento é de gratidão pela salgaderia ter sido bem recebida pela freguesia.

“A gente abriu meio com medo, porque nunca mexeu com isso e hoje graças a Deus a gente emprega nove pessoas”, conclui.

A Luci Salgaderia está localizada na Rua do Dólar, 138, Bairro Vila Carlota. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 6h às 20h.

Estabelecimento tem rosca doce com cereja. (Foto: Alex Machado)
Estabelecimento tem rosca doce com cereja. (Foto: Alex Machado)

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