Família vem de Corumbá para vender mais de 2 mil saltenhas em 2 dias
Os Ardaya são famosos na Cidade Branca e duas vezes por mês passam por Campo Grande para mostrar porque fazem sucesso
Saltenha é um salgado boliviano que faz muito sucesso por lá e em todo o Mato Grosso do Sul, principalmente em Corumbá, que faz fronteira com a Bolívia. Ela é uma iguaria difícil de se preparar, já que leva horas para uma fornada ficar pronta. Por isso, é bem complexo chegar ao sabor igual aos de nossos vizinhos criadores do quitute.
Há 40 anos esse é o desafio da família Ardaya em Corumbá, dona de uma saltenharia na cidade. No feriadão, eles trouxeram o sabor autêntico para Campo Grande e durante dois dias motraram na padaria Milhomem, localizada no bairro Amambaí, uma das vantagens de ir à Cidade Branca. Nos dois dias em que estiveram por lá foram mais de 2 mil salgados vendidos, segundo o proprietário do estabelecimento Milton Milhomen.
“Não sabia que em Campo Grande tinha tanto corumbaense, toda hora chegava um aqui pedindo a saltenha. Teve gente que chegou a comprar 40 de uma vez só”, afirma ele espantado.
Essa não foi a primeira vez que estiveram aqui pela Capital vendendo a iguaria. Eles foram convidados pelos idealizadores da Praça Bolívia, que acontece mensalmente todo segundo domingo do mês, para vender o salgado no mês de setembro. Fizeram tanto sucesso que foram convidados este mês e participarão de todas as edições.
Na edição deste mês não conseguiram comparecer à Praça por conta da doença do patriarca da família, Arturo Castedo Ardaya, que acabou sendo internado, mas vieram uma semana depois ao evento para vender na padaria. “Veio eu, minha esposa e minha tia fazer nossa receita que é de família, vem da minha avó que é boliviana”, conta o assistente administrativo Diego Ardaya, enquanto servia uma fornada fresca de saltenhas.
Ele diz que todo mundo que chegava ali afirmava que saltenha igual essa não tem aqui em Campo Grande. “Quem já provou sabe. E olha que não tem nenhum segredo em nossa receita, meu pai já até publicou ela em seu Facebook. O preparo é artesanal, é bem demorado de se fazer. Como as pessoas querem otimizar esse processo fazem mudanças na receita para ser mais rápido, perdendo o sabor típico do salgado”, explica Diego.
E até quem não está muito acostumado a comer o salgado típico dos nossos vizinhos aprovou. “Eu entendo de esfirra, mas provei uma pra ver como era e aprovei. Achei bem gostosa mesmo, a massa macia e o recheio delicioso”, avalia Milton.
Quem quiser experimentar a saltenha vai ter que esperar até o segundo final de semana de novembro, quando os Ardaya voltam para cozinhar na padaria Milhomen na sexta e sábado e no segundo domingo do mês vão estar na praça Bolívia.