Generosidade de concorrente fez Lu virar sucesso do outro lado da cidade
Corumbá passou dicas para Luzimar começar um novo negócio e mostrou o valor da generosidade
Subir quatro andares de escada todos os dias não é mole, mas Luzimar Borges, de 49 anos, nem liga. De longe dá pra ver a felicidade da mulher que, depois de quase cinco décadas de vida, conquistou a casa própria e hoje é feliz vendendo cachorro-quente, receita que virou sucesso graças à generosidade de um “concorrente”.
Cruzamos a história de Luzimar durante reportagem com a filha, que hoje vende espetinho na mesma região e teve sua história contada pelo Lado B no início da semana.
Humilde nas palavras, a menina atribuiu toda conquista à mãe que, segundo ela, tem uma história que merece ser contada e reconhecida. E tem mesmo.
Luzimar criou três filhos sozinha, sem nunca receber pensão de cada um dos pais. Trabalhou anos produzindo pães e outras receitas para garantir o sustento. Até que em 2021, depois de muita batalha, ela pegou a chave do apartamento próprio.
É preciso subir quatro lances de escada até chegar ao apê de Luzimar, mas ela não se importa. A primeira vez que entrou no imóvel chorou de alegria. É da cozinha da casa própria que sai agora o cachorro-quente que ajuda ela a pagar todo mês a parcela da casa.
O impacto da generosidade
Agora vem a parte mais bonita da história, que Luzimar até se emociona ao contar. O cachorro-quente servido hoje, e que faz sucesso no bairro e no condomínio onde mora, é uma receita que foi compartilhada por Corumbá, um vendedor de hot-dog que há anos vende na região do Flamboyant e Tiradentes.
“Eu sabia que o cachorro-quente dele era bom e fui lá pedir a receita”, conta. Luzimar não teve medo de falar que queria abrir um cachorro-quente também e acreditou na generosidade do vendedor.
Corumbá, sem pensar duas vezes, ensinou o passo a passo para um “cachorro quente dos deuses", e Luzimar passou a vender a receita do outro lado da cidade, na região do Tarumã e Leblon.
No começo, a receita não ficava parecida por conta das marcas utilizadas. Enquanto tem gente que economiza nos ingredientes para lucrar, Luzimar decidiu fazer ao contrário. “Eu investi na qualidade e deu certo. Antes comprava salsicha ruim que quebrava, esfarelava, mas agora não. Meu pão é bom, minha batata boa e uso só tempero caseiro”, diz.
Hoje, tem gente que atravessa a cidade para experimentar o hot-dog que tem requeijão e mussarela. “Tem um cliente que trabalha no Indubrasil e passa todo dia aqui para pegar um cachorro-quente”.
O expediente na porta do condomínio é das 18h às 21h, mas depois que volta para casa com o carrinho e as três caixas cheias de ingredientes, o trabalho continua. “O povo me liga até umas 23h e eu entrego nos apartamentos”, finaliza.
O cachorro-quente de Luzimar custa R$ 6,00 o simples e R$ 8,00 o duplo. Ela fica na Marginal Lagoa, 501 - Jardim Tarumã.
E você deve estar se perguntando: "Cadê o Corumbá?" Bom, essa história você vai conferir amanhã, porque a alegria do vendedor generoso também merece reportagem exclusiva.
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