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Sabor

Lanchonete que criou a Chipa Grega ainda faz café pra acompanhar como há 37 anos

Anny Malagolini | 01/04/2014 06:25
Salgado de queijo ficou famoso por aqui.
Salgado de queijo ficou famoso por aqui.

Na terra da Chipa Paraguai, a de origem grega também faz sucesso. E é na lanchonete “Boa Vista”, na rua Antônio Maria Coelho, que esse sabor foi criado há 37 anos, negócio que passou de pai para filha. A receita é segredo até hoje, apesar de várias versões pela cidade.

Elissavet Procopiou, de 32 anos, diz que o nome “Chipa Grega” foi, na verdade, uma invenção do avô, o grego Doucakis Procopiou, que se mudou para Campo Grande na década de 40 e providenciou uma adaptação ao salgado “Tiropita”, para fazer concorrência com a Chipa Paraguaia vendida aqui. “Na época só tinha Chipa Paraguaia e como as duas são feitas de queijo, acho que o nome surgiu aí", comenta Elissavet.

A receita só tem o queijo em comum com a versão paraguaia. O Lado B experimentou e a preparada pelos gregos é realmente diferente do salgado encontrado em padarias de Campo Grande, bem menos seca. 

Elissavet explica que na Grécia o leite animal usado para a culinária é o de cabra, enquanto no Brasil, o leite de vaca é mais popular. “Isso muda o gosto do salgado”, explica.

Com o tempo, a lanchonete também acrescentou a goiabada, outra combinação perfeita com o queijo. Doce, ou salgada, a unidade custa R$ 3,00.

A coalhada feita por ela, é outra boa opção do cardápio, também receita de família. Cada porção individual custa R$ 3,00 e a sugestão é bater no liquidificador com canela e açúcar, depois, servir gelada.

Irmãs preservam tradição do pai, reproduzindo a receita do avô.
Irmãs preservam tradição do pai, reproduzindo a receita do avô.

História - A rua 14 de Julho, endereço de luxo para o comércio há décadas, abrigou confeitaria e até a laticínio da família, que se chamava “Boa Vista”.

Elissa conta que depois da morte do avô, em 1976, o pai quis continuar na cidade, e viu na Capital um lugar para crescer nos negócios. Então, abriu a lanchonete na Antônio Maria Coelho. Era um empreendimento que ele acreditava que poderia sobreviver a crise financeira da época. Logo a lanchonete virou ponto de encontro nos finais da tarde, em volta da receita trazida da Grécia.

O pai, Panayotis Procopiou, faleceu em 2002, e coube às filhas continuarem na produção. "Ele pediu para que não repassasse a receita para ninguém", diz a filha.

Por dia são produzidas 500 chipas para vender no local, além dos pedidos por encomenda e distribuição em algumas padarias da cidade. Tudo é feito em família. A irmã de Elissa, Gislane Procopiou, de 39 anos, é responsável pelo atendimento na lanchonete.

Para manter a tradição criada pelo pai, até o café é feito da mesma maneira como na inauguração, com coador de pano.

A lanchonete fica na rua Antônio Maria Coelho, 1.265 e funciona de de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 19 horas.

Lugar é simples, na Antônio Maria Coelho.
Lugar é simples, na Antônio Maria Coelho.
Além da chipa, a coalhada e o café são tradicionais.
Além da chipa, a coalhada e o café são tradicionais.
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