Na maratona da folia, sarravulho é opção para recuperar energia em Corumbá
Desfile nos blocos de sujos, desfile nos blocos oficiais, desfiles nas escolas de samba. Haja energia para acompanhar o Carnaval em Corumbá. Para restabelecer as forças antes de voltar para a casa, entra em cena o sarravulho. A iguaria tradicional da região de fronteira com a Bolívia é ofertada na maioria das barracas, dividindo o cardápio com espetinho, pizzas e a saltenhas.
“Tem que ser uma comida quente, para recuperar as energias”, conta a cozinheira Edna Medeiros dos Santos. O prato é originário de Portugal, com nome de sarrabulho. Em Corumbá, caiu no gosto popular e teve a grafia alterada.
A receita é para os fortes. Vai fígado, coração, rim, carne moída, bacon, calabresa, azeitona, batata, temperos, tudo arrematado com vinho branco. Para ficar no ponto, o sarravulho começa a ser preparado no começo da manhã.
“Bem cedo, compro os miúdos e lá por duas horas que vai aprontar”, afirma Edna. Ela explica que o segredo é cortar tudo bem fininho. Só de fígado, por exemplo, são sete quilos. Dona de barraca, a cozinheira nem dorme nos dias de folia. Sai da avenida de manhã e já vai cuidar do preparo dos pratos que serão vendidos à noite. Uma porção de sarravulho custa R$ 5.
E é preciso muita venda para recuperar o investimento. Só com a barraca, o custo por cinco noites é de R$ 530. “Nesse ano, também temos que pagar para usar o solo. São R$ 13 por mesa”, diz Edna, enquanto que, na panela, o sarravulho aguarda fumegante pelos foliões famintos.