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Sabor

Preparando chipa frita, chef realiza sonho de conhecer Japão

Lucas Caslu foi escolhido para levar gastronomia brasileira em projeto com Ministério das Relações Exteriores

Aletheya Alves | 02/09/2022 08:23
Apresentação de Lucas na embaixada brasileira em Tóquio. (Foto: Arquivo pessoal)
Apresentação de Lucas na embaixada brasileira em Tóquio. (Foto: Arquivo pessoal)

Escolhido para levar a comida brasileira ao Japão através de projeto com o Ministério das Relações Exteriores, o chef campo-grandense Lucas Caslu realizou o sonho de conhecer o país ancestral enquanto prepara pratos típicos do Centro-Oeste. Com chipa frita no menu, a ação integra o projeto Brasil em Sabores.

Hospedado em Tóquio, Lucas conta que tudo começou com a ideia do chef Paulo Machado, também campo-grandense, e da chef Morena Leite sendo levada ao Itamaraty. Pensando em fortalecer a imagem da gastronomia brasileira, os idealizadores do projeto sugeriram disseminar os pratos de cada região pelos cinco continentes.

De acordo com Caslu, foram escolhidos cinco chefs de cada região do País e cada um escolheu um pupilo para ir a um país. No caso de Lucas, ele foi escolhido por Machado para seguir ao Japão, seu país ancestral.

“Aqui na primeira semana realizei diversos testes de insumos, treinei os cozinheiros oficiais e aprendi muito sobre a diversidade e as dificuldades para se encontrar insumos brasileiros fora de casa”, conta Lucas. Confira um pouco dos pratos e rotina dos primeiros dias:

Mesmo com vários produtos importados, ele destaca que preparar o menu idealizado por Paulo Machado foi um desafio. “Algumas receitas sofreram adaptações para chegarmos o mais próximo possível dos nossos sabores. A nossa chipa frita, por exemplo, e a chipaguaçu foram preparadas com mussarela misturada ao queijo parmesão, porque não encontramos queijo como o nosso caipira”.

Já com tudo preparado, ele tem realizado almoços oficiais na residência da embaixada, recebendo diplomatas, executivos, jornalistas, influencers e chefs de cozinha japoneses. E, além da chipa frita e chipaguaçu, o menu conta com caribéu, um ensopado de mandioca com carne seca, picanha oreada com vinagrete, arroz com perfume de pequi, feijão e farofa, além de pudim de mandioca.

Feliz tanto por conhecer o país quanto por estar levando os pratos regionais, o campo-grandense detalha que se orgulha em levar a gastronomia pantaneira pelo Brasil e também pelo mundo.

“A aceitação está sendo incrível. Os pratos voltam limpinhos, brasileiros e japoneses estão amando nossos sabores. É muito emocionante ver isso”, Lucas detalha.

Preparação envolveu visita à escola de gastronomia. (Foto: Arquivo pessoal)
Preparação envolveu visita à escola de gastronomia. (Foto: Arquivo pessoal)

De Campo Grande ao Japão

Em solo brasileiro, Lucas trabalha com eventos corporativos e particulares, além de difundir a gastronomia regional. Na gastronomia há 12 anos, ele explica que já foi de aulas em escolas técnicas até cargos em restaurantes e buffets.

E, além do orgulho profissional, ele narra que finalmente conhecer o país em que seus bisavós nasceram tem sido emocionante. “A visita ao Japão é um sonho antigo. Lamento muito não ter vindo com meu melhor amigo, meu avô, ao Japão. Na época era para ver o Corinthians jogar, mas agora sei que a viagem teria sido mais rica”.

Antes da pandemia chegar, Lucas e a família já estavam com as passagens compradas, mas precisaram deixar os planos para outro momento. “Mas depois o destino me deu este presente. Poder trabalhar, levando meu país, a gastronomia da minha região, era muito mais do que eu sonhava”.

Chef conta que se orgulha de levar comida regional para o Brasil e mundo. (Foto: Arquivo pessoal)
Chef conta que se orgulha de levar comida regional para o Brasil e mundo. (Foto: Arquivo pessoal)

Lucas explica que, por estar trabalhando, não está conseguindo fazer os roteiros de turistas, mas ainda assim está aproveitando cada momento vago e, claro, aproveitar a culinária japonesa.

Além da comida, ele narra que a experiência em si tem sido algo difícil de explicar. “Acredito que tem muito do meu DNA nisso tudo. As ruas cheiram a perfumes que me parecem familiares, mas que não tenho ideia do que seja. Constantemente me vejo nas crianças brincando, que encontro nas ruas. Os sabores das comidas são surpreendentes. É uma explosão atrás da outra, que foge do que nós descendentes estamos acostumados a comer em casa”.

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