Restaurante com paredes de 50 anos preserva história incrível da família
Em restaurante novo na Rua da Paz, o momento de tranquilidade vai muito além da comida saborosa
A sagacidade do chef no preparo de cada prato é evidente. O aroma dos temperos utilizados parece invadir o peito daqueles que buscam uma refeição de qualidade. As paredes, com alguns tijolos à mostra, sugerem uma história rica. E, de fato, ninguém está enganado. Basta puxar uma cadeira e olhar ao redor para perceber que, no restaurante Residenza, inaugurado há quatro meses no Jardim dos Estados, o momento de tranquilidade vai muito além da comida saborosa.
Na esquina da Rua da Paz com a Rua Rio Grande do Sul, o menu contemporâneo, que abrange desde carnes suculentas até pratos elaborados com frutos do mar e referências italianas, é apenas uma das novidades trazidas pelo restaurante. Antes de fazer um pedido, vale a pena dedicar alguns minutos para conversar com o proprietário. Henrique Fracalanza Alves Corrêa se orgulha da história da casa que abriga o restaurante, não só pelo capricho do projeto de reforma, que contou com o olhar sensível de uma equipe de arquitetos, mas também pelas memórias que, segundo o proprietário, serão perpetuadas.
As paredes da casa possuem 50 anos de história. Originalmente construída pelo pediatra campo-grandense Juvenal Alves Corrêa Neto e sua esposa, a pedagoga Lenise Fracalanza Alves Corrêa, o local foi por muitos anos a morada e o refúgio do casal, de seus filhos e netos. Entre eles, Henrique, o caçula, que hoje, aos cinquenta anos, decidiu manter viva a história da família no restaurante.
Foi há quatro anos que ele resolveu recuperar a casa, que estava alugada, e dar um novo rumo ao endereço, sem abandonar as referências familiares. “Quando jovem, eu sempre dizia ao meu irmão que queria ter um bar, um restaurante. Então pensei: é isso”.
Para um homem que viveu anos na vida corporativa em São Paulo, ter um restaurante em Campo Grande não poderia ser apenas um lugar onde os clientes vêm para comer e logo vão embora. Henrique queria um espaço onde as pessoas se sentissem em casa, tanto quanto ele e sua família, sempre festeira, se sentiram ali durante décadas.
Esse foi o ponto de partida para a reforma, que não demoliu toda a casa. Boa parte da estrutura foi mantida e abraçada por uma estrutura metálica, tornando a residência antiga a verdadeira protagonista do restaurante. Das paredes de tijolinhos ao jogo de talheres com marcas da metalúrgica da família Fracalanza, tudo ali tem uma história. A nostalgia também se faz presente com elementos decorativos que são parte da memória familiar. Quadros, lustres, porcelanas, pedras e um paisagismo integrado à decoração mediterrânea harmonizam perfeitamente com a história deles. “A gente consegue brincar com essa coisa da janela aberta da casa, sabe?”, diz Henrique, sorrindo, inclusive, para o número original da residência que ainda está na parede.
“Nosso restaurante-bar tem o princípio de ser cheio de vida, alegrias e afetividade, com o propósito de misturar raízes ítalo-brasileiras em suas origens, cultura e estilo no cardápio. Numa cozinha de vizinhança com alma boêmia, num bar contador de histórias”, descreve Henrique.
Mas vamos ao menu…
A casa que um dia já recebeu muitos amigos, inclusive, Nana Caymmi, agora vive lotada de gente à procura das entradas e pratos especiais. De terça a sexta, para quem se amarra numa entradinha, adiantamos que a croqueta de cupim (R$ 70) é um verdadeiro abraço de boas vindas, o sabor é incrível e leve ao mesmo tempo. Assim como o tartar de salmão defumado crocante (R$ 78) e a bruschetta pomodoro/funghi (R$ 72). Mas tem muitas outras opções.
Na hora do jantar, uma das sugestões da casa surpreendentes é o ‘bacalhau à moda Residenza’ (R$ 380 - serve duas pessoas), o sabor agrada até quem diz que não encara pescado. O ‘filé Residenza com molho de cogumelos e purê (R$ 110) também é uma excelente escolha. Mas também não dá pra dispensar o ‘linguine com frutos do mar’ (R$ 130).
Para o sul-mato-grossense que não dispensa a carne, a sugestão e o preparo do ancho, picanha ou T-bone, que acompanha terrine de mandioca. Pra fechar a noite, sobremesa boa é o “Surpresa de maçã Residenza”.
O restaurante também tem uma carta completa de drinks, mas para os cervejeiros de plantão, não falta chope Brahma bem gelado e chope artesanal (sempre com uma torneira convidada) garantindo uma boa versão de ipa ou pilsen.
Além do jantar, a casa também abre aos sábados e domingos com almoço. No sábado, por exemplo, tem a tradicional feijoada.
Para Henrique, o que faz um restaurante não é o prato cheio de conceitos, mas o sabor que fica na memória, o sabor da comida e o afeto da casa que abraça, assim como as histórias que passam por lá, por isso, até nos dias mais frios e cheios de perrengue, o dono surge com um único convite aos clientes: “vem sorrindo!”.
O restaurante fica na Rua da Paz, 442 - Centro. Horário de funcionamento é de terça a sábado das 19h às 23h e sexta, sábado e domingo das 12h às 14h30.
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