Restaurante valoriza sabor regional com guisado e macarrão de comitiva
Na Vila Célia, estabelecimento presta homenagem à gastronomia pantaneira em ambiente com toque rústico
Macarrão de comitiva, arroz com pequi, empamonado e outros pratos típicos de Mato Grosso do Sul compõem o menu do restaurante Cerrado Pantanal. No Bairro Vila Célia, o estabelecimento presta homenagem à gastronomia pantaneira e a do Cerrado de segunda a sábado.
O responsável pelo lugar é Michel Martines, de 38 anos. Há dois anos, o consultor financeiro se apaixonou pela comida de comitiva durante uma viagem e desde então fez pesquisas sobre a cultura, gastronomia e tudo que envolve os sabores do Estado.
Na contramão dos espaços que valorizam receitas italianas, japonesas e tantas outras, Michel abriu o estabelecimento que valoriza o tempero que há anos acompanha as refeições de peões e outras pessoas criadas à base do arroz carreteiro e o macarrão de comitiva.
Michel sempre quis ter um restaurante e em visita a Coxim experimentou pela primeira vez o prato que o impulsionou a começar o negócio em junho deste ano. Ele fala sobre a experiência na cidade interiorana e o que achou do tempero.
“Em Coxim no meio da rua, esse peão, o Júlio Pipoca monta uma comitiva sempre às quintas e ele começa cedo com quebra-torto. Ele faz o almoço e a janta. É um dia só, mas é tudo pantaneiro, muito legal. Quando experimentei fiquei: ‘não é possível que sou desse Estado e não conheço essa comida’. É muito diferente e saborosa a comida”, afirma.
Além de mostrar o tempero único aos sul-mato-grossenses que ainda não conhecem os pratos, o objetivo é despertar a memória afetiva daqueles que há anos não saboreiam, por exemplo, um guisado. “Isso tudo foi me incentivando a produzir uma comida que seja caseira, que traga toda essa memória e tenha representatividade”, diz.
Para poder servir pratos autênticos, ele convidou Júlio Pipoca, que ensinou as receitas e o modo de preparo para as cozinheiras do estabelecimento. As refeições passadas do peão para elas terminam nas grandes panelas colocadas no fogão à lenha, que ocupa parte do salão.
O fogão à lenha é só um dos elementos que reforçam a decoração rústica do salão, que tem parte da parede colorida pelo tom terroso do Cerrado. Lampiões, moedor de ferro, esporas, quadro da onça-pintada e fotos mostrando o cotidiano de peões na fazenda são alguns dos adornos que, aos poucos, Michel vem trazendo para o ambiente.
Com self-service por R$ 29,90, o restaurante também trabalha com a opção de quilo por R$ 60. Além do tradicional macarrão de comitiva, o lugar serve pacu frito, moqueca de pintado, guizado e doces caseiros, como mamão, laranja e abóbora cristalizada. “A nossa comida é bem saudável, não é aquela pesada”, reforça o proprietário.
Em breve, Michel planeja agregar outros ingredientes regionais aos pratos, como o baru e a bocaiúva. Outra novidade é a noite pantaneira no dia 1 julho, que será formada não só pela culinária, mas pela música do Estado. "Vai ter violeiro, gente cantando pro pessoal dançar chamamé, essa música mais local. A gente vai fazer caldo de puchero, mandioca, comidas conectadas aqui", destaca.
O restaurante Cerrado Pantanal está localizado na Rua Abrão Júlio Rahe, 2.028, Bairro Vila Célia. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 10h30 às 14h.
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