Sandra ouviu que tirar leite era só para fortes e hoje brilha com queijo
Sandra teve a ideia e não recuou, e hoje vende queijo recheado com chocolate e até geleia
Morar no campo não estava nos planos de Sandra Medeiros, 43, antes de se casar. Ela conheceu o marido em Dourados há mais de 15 anos, e foi ele quem a convenceu de mudarem juntos para uma propriedade rural de Bandeirantes, que fica 300 quilômetros distante.
A união deu dois filhos ao casal e ela se adaptou bem à vida rural com a família formada. Mas, quando a filha caçula completou dois anos e meio, sentia que faltava alguma coisa: "Comecei a querer uma profissão para mim dentro da fazenda. Algo que eu conseguisse me sentir útil", conta.
A ideia foi fazer alguma coisa para vender a partir do leite de duas vacas leiteiras. "Tirar leite é só para os fortes", chegou a ouvir Sandra, na época.
Ela não se intimidou. Quando viu, tinha 30 litros ordenhados na raça. "Daí falei: meu Deus, para onde que eu vou com tanto litro de leite?", continua.
A resposta que veio à cabeça era queijo, o que ela nunca havia feito na vida. Apenas lembrava da irmã fazendo tranças com ele na cozinha. O passo a passo da receita ainda estava fresco na memória.
Da muçarela ao gourmet - As primeiras peças que Sandra tentou fazer não ficaram boas. Foram várias tentativas até acertar o ponto, na base da tentativa e erro. "Isso comigo chorando, querendo aquilo", detalha.
O que primeiro vingou foram as peças de muçarela. A confiança veio e a moradora de Bandeirantes empolgou, pegou o carro e dirigiu até a Capital para oferecer o produto de porta em porta.
O marido não aprovou de início. "Ele falava que era muito difícil lidar com o leite, com pessoas e funcionários. Mas eu voltei a tirar leite e plantei no meu coração que não ia desistir. Eu sentia que aquilo ali ia dar certo" diz.
Sandra evoluiu na arte de confeccionar queijo com o passar do tempo. Agora, adiciona recheios salgados e até doces, como chocolate e até geleia que mistura de manga com maracujá.
Daí em diante, Sandra recebeu assistência técnica para desenvolver o negócio, criou a marca e participou até de feira de exposição na Capital.
Sentir que a insistência valeu a pena é bom, mas a lida continua não sendo fácil. "Acordo às 3h da manhã, vou para a leiteria, ajudo na ordenha, cuido da higienização e todo o processo do leite. Depois vou para a produção dos queijos e cuido deles. Tem uma funcionária que me ajuda, mas a maior parte é minha. Fora isso, tenho minhas funções de dona de casa e mãe também. E estamos aqui, né?! Sendo fortes para não desistir", finaliza a queijeira.
A rotina de produção e os produtos disponíveis são mostrados pela família na página do Instagram da Estância Shalom, que pode ser acessado aqui.
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