Sem gosto de ovo, Neiva inventou quindim até de avelã e limão
Por muitos anos, a cozinheira não gostava do doce, mas resolveu criar sua própria receita e deu certo
Quando o quindim veio para o Brasil, ele perdeu as amêndoas portuguesas que compunham a receita, mas os cozinheiros tradicionais jamais imaginariam o doce sendo feito até com avelã. Tendo passado muitos anos sem ser fã de quindim por más experiências com cheiro e gosto fortes de ovo, Neiva Caldeira resolveu inovar e agora faz o doce com sabores e cores variadas.
Tendo como base gemas, açúcar e coco, o doce tradicional ganhou uma nova cara com a cozinheira há cerca de um ano. Hoje, o preparo inclui frutas vermelhas, avelã e até limão siciliano, é claro que sem deixar para trás a receita “normal”.
“Eu queria fazer algo diferente, não queria vender mais um quindim. Aí um dia, aqui em casa, eu resolvi que ia fazer o de limão e o de avelã. Fiz, preparei e levei para igreja para o pessoal provar”, explica a cozinheira.
Com apenas algumas unidades para o teste, ela detalha que quem já gostava do quindim tradicional aprovou a ousadia. E da igreja já saiu com sua primeira encomenda.
Pouco tempo depois, enquanto vendia as opções iniciais, Neiva optou por criar o sabor de frutas vermelhas, que também deu certo. “Hoje, o que mais sai é o de limão siciliano e também o tradicional. O pessoal gosta muito”.
Na época em que começou a testar as opções, Neiva já trabalhava vendendo pão de mel há mais de 20 anos e sabia que era necessário ter paciência para encontrar uma que desse certo com seu gosto. Por ter passado um bom tempo sem gostar de quindim, ela explica que sua prioridade foi retirar o gosto e cheiro forte de gema.
“O segredo é ter calma na hora de testar e também na hora de fazer o doce. Muita gente tem pressa, passa a colher na gema quando coloca a peneira e aí não dá certo”, explica Neiva sobre a técnica.
Para quem não conhece sobre o preparo do quindim, a cozinheira narra que as gemas precisam ser peneiradas para que a película não se misture com os outros ingredientes. De acordo com Neiva, esse é o primeiro passo.
Depois, seguindo sua própria receita, ela detalha que não usa o coco ralado industrializado, mas sim o comprado em bancas de frutas. “Gosto do natural e aí dá um trabalho maior. Com os ingredientes prontos faço a mistura e levo para o banho-maria”.
Em cada momento de preparo, a cozinheira explica que a atenção é redobrada para entender qual é o ponto certo do doce no fogo. Por ter sido criada pela avó, conhecida como dona Sinhá, Neiva narra que a facilidade com o fogão sempre esteve ali.
“Eu gosto de cozinhar, acho que porque fui criada pela minha avó. Ela fazia doces maravilhosos, até hoje tento fazer um que era receita dela e ficava ótimo. Então fui mais para esse lado dela, dos doces mesmo”, conta Neiva.
Sobre os valores, a cozinheira criou opções com três unidades custando R$ 20, quatro unidades por R$ 30 e seis unidades por R$ 40. Sem espaço físico para vendas, ela recebe encomendas através do número (67) 98404-6330.
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