Suco Guindaste é aposentadoria de Gaúcho, que nem conheceu o Sul
Após trabalhar por décadas em supermercado, vendedor transformou ponto de caldo de cana em casa de sucos
Quando comprou o ponto para vender caldo de cana na Rua Maracaju, Lourival Martins não imaginava que um suco com banana, amendoim, catuaba, guaraná, castanha de caju, açaí e ginseng seria sinal de sua aposentadoria garantida. Conhecida como banca do Gaúcho, o dono conta que de sulista não tem nada, mas que a vontade dos clientes venceu até no nome popular.
Focado em sucos, o pequeno trailer possui opções regulares como polpa de maracujá ou uva. Mas, o que fez Lourival ter sucesso mesmo foram as bebidas energéticas. Tendo sido sua criação, o “guindaste” é o que mais gera um misto de curiosidade com os resultados.
“Os outros até saem, mas o de guaraná que tem amendoim, castanha de caju, catuaba, guaraná em pó, ginseng e xarope de guaraná foi o primeiro a ser criado e um dos favoritos. O outro, que a gente chamou de guindaste porque levanta qualquer um mesmo, tem os mesmos ingredientes, mas é reforçado com banana e açaí”, detalha Gaúcho.
Voltando para explicar sua própria história, Lourival começa narrando que nunca foi para o Rio Grande do Sul. “Sabe quando alguém fala ‘o Zé’ e o nome da pessoa não tem nada disso? Foi assim. Os clientes me chamavam de Gaúcho e pegou. Tanto que se você falar meu nome de verdade, poucas pessoas sabem”.
Levando o apelido consigo, o vendedor é um dos mais antigos e narra que antes de comprar o ponto já batia ponto na Maracaju. “Eu trabalhava no supermercado e tinha vontade de ter algo meu. Na época, tinha trabalhado mais de 20 anos para os outros, queria arrumar algo melhor”, conta.
Por isso, assim que o antigo dono do seu ponto decidiu vender, Lourival abriu mão do carro que havia acabado de comprar para garantir o espaço. Se recordando daquele período, ele narra que ele era quem acabou realmente acreditando na ideia e, aos poucos, foi ampliando o carrinho de caldo de cana.
“Não tinha essa cobertura, nada parecido, só a máquina para fazer o caldo mesmo. Lembro que no primeiro mês foi difícil porque eu continuei no mercado e aqui ao mesmo tempo com minha esposa, mas a gente foi correndo atrás”, diz Lourival.
Enquanto na década de 1990, o produto era apenas um na banquinha, a ideia dos sucos energéticos foi o diferencial. “Tinha um outro rapaz que vendia suco de guaraná, mas fez um acerto com banco e abandonou ali. As pessoas começaram a perguntar e eu decidi fazer”.
Por não ter experiência, ele narra que o jeito era fazer os testes consigo mesmo e só depois de comprovar que tudo estava bom é que repassava ao público. E, mesmo assim, as receitas demoraram até chegar na fórmula atual.
“Os clientes iam provando e falando se estava bom ou não, até que fui fazendo e finalizamos a ideia. Desde então já são mais de 20 anos e o que mais sai são esses mesmo”, diz.
Além dos sucos, o proprietário comenta que as árvores em volta da banca também são sinais de seu trabalho. Plantadas por ele, acompanham o trajeto da casa de sucos que logo completará três décadas.
E, para quem ainda não experimentou os sucos, o guindaste sai por R$ 12 com água e R$ 13 com leite. O suco de guaraná com água custa R$ 9 e R$ 10 com leite. Além destes, há suco de abacaxi, maracujá, cupuaçu, caju, açaí e outros a partir de R$ 9.
A banca fica localizada na Rua Maracaju, em frente ao número 1427 (Supermercado Pão de Açúcar).
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