União de talentos virou pão caseiro recheado e blusas cheias de arte
Em feiras, Dedé e Everton vendem pães recheados e estampas que mostram paixão por arte e café
Há três anos, o casal Andrea Maria Arce, de 49 anos, e Everton Leite Ferreira, de 39 anos, uniram as habilidades para levar o projeto ‘Pão e Arte’ para as feiras de Campo Grande. Enquanto ele é cozinheiro de mão cheia que faz vários sabores de pão, ela é professora e arte educadora que cria estampas divertidas inspiradas em obras famosas.
A ‘Dedé’, como é conhecida por amigos e feirantes, conta que o trabalho artesanal começou após o marido precisar ser afastado do trabalho como vidraceiro. “O Everton sofreu um acidente há três anos e ele não pode mais trabalhar na profissão de origem. Começamos no pão e fomos indo”, diz.
Ele já sabia cozinhar, mas com o apoio de amigos foi aprimorando as receitas de pães. “Ele é um cara que tem habilidade na cozinha, sabia fazer algumas coisas e foi melhorando o processo. Fomos conversando com as pessoas, escutando, testando e hoje o que ele produz é outro patamar de recheios e sabores”, conta orgulhosa.
Já o lado artístico do projeto fica sob responsabilidade da professora. Dedé relata que nas feiras se sentiu inspirada a retomar um antigo sonho e conciliar ele com a venda dos pães.
“Eu tinha o projeto de estamparia engavetado, mas sem tema. Eu sou professora de arte e deixei o projeto de lado. Quando começamos a frequentar as feirinhas isso foi despertando de novo meu gosto estético. Conforme fomos aprimorando os pães me veio esse insight de juntar as duas habilidades e veio o nome Pão e Arte”, explica.
Everton produz pães caseiros tradicionais, integrais, semi-integral, australiano e zero lactose. Alguns são recheados com ervas na manteiga, torresmo, alho poró salteado na manteiga, três queijos com ora-pro-nóbis, chocolate com menta, pequi, Romeu e Julieta, açafrão com calabresa e presunto e queijo.
Prezando pelo orgânico e o cultivo sem fertilizantes, a família tem uma pequena horta em casa onde plantam as ervas que são utilizadas nas receitas, como a hortelã que é misturada com o chocolate. Os pães custam de R$ 15 a R$ 36.
Para os apaixonados por pão, café e arte, Dedé cria blusas, imãs de geladeira e ecobags estampadas. “Todo mundo gosta de café, todo mundo gosta de pão de algum jeito, é um alimento universal e eu fui juntando os dois conceitos”, afirma. Os desenhos são inspirados em quadros, como ‘O Grito’ de Edvard Munch, ‘Monalisa’ de Leonardo Da Vinci, ‘Abaporu’ da Tarsila do Amaral.
As releituras trazem o toque artístico da arte educadora que adiciona elementos divertidos que estão relacionados à temática da produção caseira. “Eu sempre tento buscar essa linguagem de pegar uma ideia já conhecida e aprimorar no nosso conceito que é o café e pão”, explica.
Outra criação retrata a Frida Kahlo que no lugar da coroa de flores na cabeça ganhou vários mini pães para enfeitar o penteado. Seguindo a linha regional, Dedé desenvolveu o personagem CapiCafé. “Ficou bem bonitinha, lúdica”, frisa. As blusas estampadas saem a R$90, imã de geladeira três por R$10 e as bolsas R$ 40.
Participar das feiras e estar em contato com as produções de outros artesãos, conforme a professora, é o que mais a inspira. “As feiras culturais foram o retorno do meu eu poético e para eu voltar a fluir para criação”, desta. Ela e Everton participam da Feira Bosque da Paz, Bosque Camburé e estarão presentes na feira O Balaio no dia 12 deste mês.
Quem quiser conhecer o projeto Pão e Arte o perfil no Instagram @puropaocaseirocg
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