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Lado Rural

Ao assumir Agricultura, Fávaro cita conciliação e sustentabilidade

Transmissão do cargo ocorreu hoje, na sede da Embrapa, em Brasília

Felipe Pontes, da Agência Brasil | 02/01/2023 17:28
Carlos Fávaro assume Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: "nosso desafio é pacificar o agronegócio" (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Carlos Fávaro assume Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: "nosso desafio é pacificar o agronegócio" (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro recém-empossado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, assumiu hoje (2) a pasta com um discurso de conciliação com o agronegócio, mas conclamando as lideranças do setor a se engajarem no combate à fome e na proteção ao meio ambiente.Campo Grande News - Conteúdo de VerdadeCampo Grande News - Conteúdo de Verdade

“Quantos brasileiros não puderam almoçar hoje? Esse é o grande desafio desse novo governo”, afirmou Fávaro no início da cerimônia de transmissão de cargo, ainda antes de cumprimentar os presentes. Ele afirmou que o momento é de união em prol desse objetivo, “independente do que passou”.

Fávaro disse ainda que uma de suas maiores missões é "pacificar o agronegócio" com lideranças que queiram o bem da agropecuária, do produtor rural, da população e que queiram combater a fome. Segundo o novo ministro ainda há brasileiros que lutam para ter três refeições por dia.

A fala de Fávaro faz um aceno às lideranças do agronegócio que fizeram oposição à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apoiar seu adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que não conseguiu se reeleger. O novo ministro é produtor de soja e já foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil.

Ainda em tom conciliatório, Fávaro elogiou as gestões de todos os seus antecessores desde 2002, incluindo os ministros que ocuparam a pasta no governo Bolsonaro – Tereza Cristina e Marcos Montes – citando ambos nominalmente.

Crítica ao desmatamento

“O Brasil se tornou pária mundial no que diz respeito ao desmatamento, ao meio ambiente, à condição de produzir com sustentabilidade. Esse é o maior desafio, reconstruir pontes com a comunidade internacional. Não porque eles querem, mas porque se faz necessário”, disse Fávaro.

O ministro acrescentou que uma de suas providências nesse sentido será a valorização da ciência e a recuperação de pastagens degradadas, que segundo dados citados por ele corresponderiam a cerca de 40 milhões de hectares. Com isso, seria possível aumentar a área de cultivo sem incremento no desmatamento, disse.

“Isso não será uma retórica ou simples discurso. Nós iremos abrir a porta para o crescimento sustentável da produção brasileira”, afirmou Fávaro antes de encerrar seu discurso, que ocorreu no auditório da Embrapa, empresa pública de pesquisas na área agropecuária que o novo governo promete fortalecer.

Estiveram presentes na cerimônia diversos parlamentares ligados à produção rural e outras autoridades como o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que é do Mato Grosso, mesmo estado onde Fávaro fez carreira política e pelo qual se elegeu senador, apesar de ter nascido no Paraná.

O ministro da Agricultura anterior, Marcos Montes, não compareceu à cerimônia de transmissão de cargo, tendo sido representado pelo ex-secretário-executivo da pasta, Márcio Eli Almeida.

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