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Lado Rural

Estrago da 1ª geada foi tanto que nova onda nem preocupa produtores em MS

Agricultores tentam renegociar preços e crédito com prejuízo em 30% da área cultivada do Estado

Caroline Maldonado | 27/07/2021 10:34
Plantação de milho em fazenda de MS, que está entre os 420 mil hectares atigidos pela geada no início do mês (Foto: Divulgação/Aprosoja)
Plantação de milho em fazenda de MS, que está entre os 420 mil hectares atigidos pela geada no início do mês (Foto: Divulgação/Aprosoja)

A geada prevista para atingir as lavouras nesta semana não preocupa tanto os produtores de Mato Grosso do Sul, porque o pior já passou. Com a geada de 28 de junho a 1° de julho, uma área de aproximadamente 604,4 mil hectares foi atingida, justamente quando o milho estava em fase de desenvolvimento.

Esses hectares correspondem a 30,2% da área cultivada do MS, de acordo com a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de MS). O resultado é o aumento nos preços dos derivados do milho, como óleo e farelo.

Por hora, os produtores ainda tentam negociar com seus credores e compradores por conta dos prejuízos da primeira geada. Com perdas na qualidade dos grãos, muitos não vão conseguir cumprir os contratos.

O decreto de situação de emergência do Governo do Estado é o respaldo aos produtores nas renegociações de crédito e preços. O governo reconheceu a situação em 14 de julho em decreto com vigência de 180 dias, ou seja, até janeiro de 2022.

O presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Fábio Olegário Caminha, explica como o decreto ajuda os produtores.

"Ninguém está deixando de cumprir os contratos porque quer. Então, as negociações ocorrem caso a caso, porque falta produto para cumprir os contratos. Por enquanto, a colheita não começou para valer. Alguns já estão colhendo, a umidade do milho não está baixando com as noites frias e isso atrapalha. O produtor já não vai colher muito, se colher com muita umidade será pior.  Na região de Maracaju, entre os dias 5 e 10 de agosto, as colheitas devem começar com força, segundo Caminha.

Com tantas intempéries, não muda muita coisa para o consumidor final, de acordo com o diretor presidente da Aprosoja, André Figueiredo Dobashi. Ele explica que nas redes de supermercados já houve aumento dos derivados do milho, como óleo e farelo, que impactam no bolso.

“A baixa oferta eleva o preço de mercado em um momento de alta inflacionária, o que prejudica ainda mais o consumidor. O preço médio do milho (R$ 85,20/saca) ao final de julho de 2021 encontra-se 118% maior em relação ao mesmo período de 2020, um salto para o mercado de grãos e impacta diretamente no preço final dos produtos industrializados, tanto para o consumo em campo na pecuária quanto para o consumo humano”, detalha Dobashi.

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