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Lado Rural

MS deve confinar 811 mil cabeças de bovinos este ano, aponta levantamento

Censo de confinamento calcula crescimento de 11% para Mato Grosso do Sul em 2024

Por José Roberto dos Santos | 07/06/2024 14:50
Bovinos em área experimental de confinamento da Embrapa, com sombreamento artificial. (Foto: Divulgação)
Bovinos em área experimental de confinamento da Embrapa, com sombreamento artificial. (Foto: Divulgação)

Os confinamento de bovinos em 2024 devem crescer em média 2,5% entre os principais estados produtores que adotam essa estratégia de engorda do gado. Os números são de levantamento feito pela empresa de nutrição DSM, em parceria com o Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia aplicado). Para Mato Grosso do Sul, o censo aponta uma intenção  de confinamento de 811 mil cabeças, 11% a mais que no ano passado.

O levantamento projeta 7,379 milhões de animais confinados no Brasil, este ano. O volume representa um aumento de 2,5% em comparação ao ano passado, quando foram mapeadas 7,205 milhões de cabeças. Esses números refletem a tendência de crescimento do sistema intensivo da pecuária de corte no Brasil que, no ano passado, mandou 3,9% a mais de bovinos para o abate.

Para o ano corrente, os cinco estados com maior volume de bovinos confinados são: Mato Grosso (1,572 milhão ou 21% do total); São Paulo (1,228 milhão, 17%); Goiás (1, 2 milhão, 16%); Minas Gerais (841 mil, 11%) e Mato Grosso do Sul (811 mil, 11%).

“O histórico de crescimento do volume de bovinos terminados em um sistema de produção intensivo mostra um movimento robusto em direção ao aumento da produtividade e da rentabilidade”, avalia Walter Patrizi, gerente técnico de Confinamento para a América Latina da DSM, em entrevista à imprensa.

Para o executivo, essa consolidação “passa, invariavelmente, pela adoção de tecnologias de nutrição e gestão que ajudam a impulsionar os resultados zootécnicos e financeiros no campo”.

De acordo com o Censo da DSM, em 2023 os estados líderes em número de animais foram Mato Grosso, com 1,47 milhão de cabeças (+3%), liderando o ranking; São Paulo, com 1,19 mi (-6%); Goiás, com 1,3 mi (-1%); Minas Gerais, 820 mil (+8%); e Mato Grosso do Sul, com 730 mil (-20%). Entre os destaques positivos, a Bahia conquistou a sétima colocação, passando de 180 mil animais confinados em 2022 para 230 mil neste ano, uma alta de 28%.

Preço do gado magro favorece confinadores

Pesquisas do Cepea em abril deste ano já apontavam que a relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato Julho/24, negociado no mercado futuro (distante, então, três meses do período de um ciclo de confinamento), sinalizavam um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

Ressalta-se que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento. Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação. O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

Confina Brasil em MS

Em julho de 2023, a "Equipe 1" da pesquisa expedicionária Confina Brasil, promovida pela Scot Consultoria, visitou seis municípios em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Ao longo de uma semana foram visitadas dez propriedades rurais, nas quais foram coletados dados em produções de sistemas intensivos e semi-intensivos.

O bem-estar animal é um pilar fundamental dos confinamentos visitados. Os produtores se preocupam em oferecer aos bovinos um ambiente agradável, com acesso a alimentação e água de qualidade. Baias bem projetadas, áreas sombreadas e sistema de cochos que evitam disputas são algumas das estratégias adotadas.

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