Senar calcula R$ 49,5 milhões de prejuízos pelo fogo em 120 fazendas do Pantanal
Números são do Programa SuperAção Pantanal que pretende visitar mais de 500 fazendas no bioma
Com um total de 120 laudos finalizados, de 120 fazendas já atendidas no Pantanal, o Senar de Mato Grosso do Sul estima que o total de prejuízo causado pelos incêndios florestais no Pantanal de MS até agora chegam a R$ 49,5 milhões. O Senar já monitorou 531,7 mil hectares, estimando que 204,1 mil delas foram atingidas pelo fogo no bioma, o que corresponde a 38% das áreas totais.
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Os incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul causaram danos significativos, com um total de 120 laudos finalizados indicando prejuízos de R$ 49,5 milhões até agora. O Senar-MS e a Famasul estão colaborando no Programa “SuperAção Pantanal” para ajudar na recuperação das propriedades afetadas, onde mais de 500 foram atingidas entre junho e agosto de 2024. A devastação é alarmante, com algumas propriedades registrando até 100% de área queimada, resultando em perdas de pastos e vegetação nativa, embora não tenha havido registro de perda de animais. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil estima que os incêndios causaram um prejuízo total de R$ 1,4 bilhão para a agropecuária no estado.
Os números foram divulgados nesta segunda-feira (11) e fazem parte do Programa “SuperAção Pantanal”, iniciativa que envolve a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) e o Senar-MS (Serviço Nacional de Aprendizam Rural) para apoiar e ajudar na recuperação dos produtores rurais que tiveram suas propriedades afetadas pelos incêndios no bioma. O objetivo é minimizar os impactos produtivos e oferecer alternativas que reduzam os prejuízos enfrentados pelos pantaneiros.
A Famasul é responsável pelo mapeamento e diagnóstico das propriedades, enquanto o Senar-MS fornecerá recomendações práticas de curto prazo aos produtores.
Foram identificadas que mais de 500 propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, localizadas no Pantanal, foram atingidas entre junho e 10 de agosto de 2024. Cerca de 20 técnicos de campo estão empenhados em visitar as propriedades atingidas pelo fogo, propondo soluções de recuperação. Os trabalhos iniciaram no dia 16 de setembro e os profissionais atuarão até dezembro, informou a assessoria de comunicação da Famasul.
Devastação constatada
Uma semana após o lançamento do programa, a coluna Lado Rural conversou por telefone com o técnico do Senar-MS, Daniel Comiran Dallasta, que revelou um cenário desolador já nas primeiras visitas feitas pela equipe no Pantanal de Aquidauana, município localizado a 150 quilômetros de Campo Grande.
"Essa propriedade que estamos visitando teve 81% de sua área atingida pelo fogo, mas tem fazenda que registrou 100% de área queimada", relatou na época o técnico do Senar. Os prejuízos vão desde a destruição de cercas, com postes e arames queimados e com a perda de pastos e de vegetação nativa. Não houve registro de perda de animais, mas os rebanhos para fugir do fogo e em busca de comida e água foram parar a 30 ou 40 quilômetros de distância das propriedades de origem.
CNA aponta R$ 1,4 bilhão em prejuízos
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) publicou no final de setembro deste ano um levantamento apontando que as perdas com incêndios causaram, de junho a agosto, um prejuízo para a agropecuária de Mato Grosso do Sul estimado de R$ 1,4 bilhão. Somente no Pantanal, a estimativa preliminar da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é de que o fogo tenha atingido uma área superior a 1 milhão de hectares, entre 10 de junho e 10 de agosto, atingindo 520 propriedades.
Os valores estimados foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do Mapbiomas e, em áreas de pastagem, indicadas pelo Lapig/IESA/UFG (Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento) em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).
Não foram considerados prejuízos com perdas de benfeitorias, maquinários e investimentos que serão necessários para a recuperação e renovação das áreas afetadas, perda de produtividade pela intensidade do fogo na própria área ou em áreas adjacentes.