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Lado Rural

Tempo quente e úmido potencializa infestações de moscas-dos-chifres

Parasita reduz produtividade e causa perdas para a pecuária de corte e leite

Por José Roberto dos Santos | 29/10/2024 16:50
Bovinos equipados com brincos mosquicidas é solução para combate da mosca-dos-chifres. (Foto: Divulgação/Vetoquinol)
Bovinos equipados com brincos mosquicidas é solução para combate da mosca-dos-chifres. (Foto: Divulgação/Vetoquinol)

A produção de carne e leite no Brasil sofre com inúmeros desafios sanitários, principalmente os relacionados ao controle de parasitas, como as moscas-dos-chifres, responsável por perdas econômicas pela redução da produtividade, com queda em ganho de peso e em produção de leite. “O Brasil possui clima que favorece a existência desse inseto em todas as regiões”, comenta o médico veterinário Felipe Pivoto, gerente de serviços técnicos de animais de produção de indústria de saúde animal.

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A produção de carne e leite no Brasil enfrenta desafios significativos devido à infestação da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), que causa perdas econômicas substanciais, estimadas em mais de R$ 15 bilhões anuais. O clima tropical do Brasil favorece a reprodução deste inseto, que se desenvolve em fezes bovinas, onde a fêmea pode depositar até 20 ovos por vez. A infestação pode resultar em perda de peso de até 40 quilos por ano em bovinos e uma redução de 20% na produção de leite, impactando diretamente a produtividade do setor pecuário.

O clima tropical (quente e úmido) proporciona o ambiente ideal à mosca-dos-chifres (Haematobia irritans). Nessas condições, ela se replica com intensidade. “Os dias com chuvas não tão pesadas, mas frequentes são os melhores para o ciclo de vida não parasitário da mosca. Isso ocorre porque a fêmea ovoposita nos bolos fecais dos bovinos e a chuva torrencial pode destruir a massa que abriga os ovos e as larvas, causando interrupção do ciclo evolutivo do inseto hematófago”, explica o veterinário.

A mosca-dos-chifres possui o seguinte ciclo evolutivo: ovo, larva e pupa. A ovoposição ocorre de forma profunda nas fezes frescas de bovinos – que reúnem condições favoráveis para o desenvolvimento e proteção contra os raios solares e outras condições ambientais desfavoráveis.

Uma fêmea de Haematobia irritans pode colocar 20 ovos por vez e realiza cerca de 15 posturas. Em casos severos de infestação, estudos apontam que bovinos podem ser parasitados por até dez mil moscas.

“Um bovino infectado pode deixar de ganhar cerca de 40 quilos de peso por ano devido à infestação de cerca de 500 moscas e as vacas desmamam bezerros com menor peso. Já os bovinos leiteiros podem produzir 20% menos. A Embrapa estima os prejuízos anuais à pecuária brasileira em mais de R$ 15 bilhões”, ressalta Felipe Pivoto.

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