ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
SETEMBRO, QUINTA  05    CAMPO GRANDE 21º

Lado Rural

Volumoso ganha cada vez mais importância na dieta dos ruminantes

Uso de forrageiras é fundamental para maior produtividade por área e menor consumo de energia na produção

Por José Roberto dos Santos | 05/09/2024 14:35
Uso de silagem cresce por causa da baixa produção de forragens na seca. (Foto: Divulgação)
Uso de silagem cresce por causa da baixa produção de forragens na seca. (Foto: Divulgação)

A escolha do volumoso na suplementação da dieta de ruminantes durante o período da estiagem deve levar em consideração diversos fatores para que o produtor possa equacionar a viabilidade econômica, custo estimado das opções e lucro obtido. O uso do insumo se faz necessário durante o período seco por causa da baixa produção de forragens; limitação na capacidade de suporte das áreas de pastagens e manejo adotado devido à estacionalidade de produção de forragens, fatores que limitam o potencial de produção do rebanho e o ajuste de estoque de animais nas pastagens pela produção mínima.

“Forragens conservadas têm como objetivo fundamental aproveitar o excesso produtivo no período chuvoso e armazenar para a época crítica, mantendo suas qualidades nutritivas para serem fornecidas no cocho como volumoso suplementar no período de escassez. Dentre as principais formas de conservação de forragem temos os fenos, silagens e pré-secados”, explica o zootecnista Lucas Barbosa Kondratovich.

O feno, por ser um alimento com baixa umidade, conservado em fardos, bem compactados, reduz o armazenamento e facilita o manuseio. “Deve ser protegido de chuvas para que se possa ser conservado por longos períodos. A escolha da forragem utilizada é crucial para atender as necessidades produtivas e qualitativas”, enfatiza.

Segundo ele, o ponto de corte da forragem é um fator de atenção para que se obtenha um balanço entre boa produção de forragem e valor nutritivo. É possível produzir de 5 a 10 t/ha de matéria seca, com teores de proteína bruta de 6 a 20%. “Na fenação, a forragem é desidratada de tal forma que permanece biologicamente inativa com respeito a atividade enzimática da planta e dos microrganismos. A forragem deve ser enfardada somente quando estiver com menos de 20% de umidade, pois do contrário permitirá o desenvolvimento de microrganismos que comprometem a qualidade do feno.”

Silagens

Já as silagens são forragens úmidas, conservadas em ambiente anaeróbio (sem entrada de oxigênio). Kondratovich explica que, durante o processo de fermentação, parte dos açúcares da forragem é convertido em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente os ácidos lático e acético, que baixam o pH e permitem conservar a forragem por longo tempo, podendo ser armazenado em um ano e utilizado em outro. “Pode se ensilar desde de plantas inteiras até grãos úmidos. A produção e valores nutritivos variam muito de acordo com a escolha da planta: milho, capim, sorgo, entre outros.”

O teor de umidade deve ser entre 60 e 70%, média de 65%. “É importante triturar bem o material a ser ensilado em partículas de 0,5 a 5,0 cm de comprimento, compactar e vedar bem para diminuir a presença de oxigênio. A produtividade e qualidade variam muito por espécie forrageira, podendo atingir de 10 a 40t MS/ha, e teor de proteína bruta entre 6 e 14%”, acrescenta o zootecnista.

Por fim, o pré-secado é uma silagem que antes de ser armazenada sofre perda de água para permitir fermentação. Essa diminuição da água ocorre no campo, onde o material pode ficar em exposição ao Sol algumas horas após o corte. Uma vez atingida a concentração de matéria seca próximo a 45%, pode ser enfardado e plastificado para que não ocorra a penetração de água e mesmo oxigênio.

Nos siga no Google Notícias