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Meio Ambiente

“A gente fecha aqui uma herança de 30 anos”, diz Trad ao trancar lixão

Paula Maciulevicius e Viviane Oliveira | 31/12/2012 09:25
Prefeito Nelsinho e vice Edil fecham o portão de acesso ao lixão na manhã deste 31. (Foto: Luciano Muta)
Prefeito Nelsinho e vice Edil fecham o portão de acesso ao lixão na manhã deste 31. (Foto: Luciano Muta)

“Com a contribuição dos catadores e da empresa que venceu a licitação, a gente fecha aqui uma herança de 30 anos”. A afirmação foi feita na manhã deste dia 31, pelo prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), durante o fechamento do acesso ao lixão.

Quase próximo das 9h da manhã, o prefeito, acompanhado do vice, Edil Albuquerque e dos secretários de Infraestrutura, Transporte e Habitação, João Antônio De Marco, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo e do secretário de Governo, Rodrigo Aquino trancou o portão de entrada do lixão.

O fechamento contou também com a presença de catadores, agora cadastrados na usina de tratamento de resíduos.

Trad iniciou o discurso dizendo que é um momento histórico e que deixou o fechamento para o último dia de mandato. Aos trabalhadores, ele explicou que a prefeitura fez isso para dar à eles um futuro melhor.

Sobre a confusão entre catadores e Polícia Militar, que marcou o dia em que o lixão foi fechado, entre feridos e ao menos nove trabalhadores presos, o prefeito disse que entende o lado dos catadores e que toda mudança traz transtornos.

“Daqui seis meses vocês vão ver a mudança. Hoje vocês vão continuar com o sustento, mas vão ter dignidade e equipamento de segurança”, comentou.

O prefeito explicou também que o fechamento seguiu experiências de outros municípios e foi baseado em estudo. “O trabalho foi feito em cima de técnica. Fomos visitar outros lugares para conhecer a realidade dos catadores que já trabalhavam em usina para trazermos só os acertos”, destacou.

Na frente dos trabalhadores, o prefeito pediu ao superintendente da Solurb, empresa que venceu a licitação para administrar o lixo da Capital, Elcio Terra, que não deixasse os catadores na mão. “A expectativa deles tem que ser resolvida”.

Nelsinho finalizou o fechamento dizendo que guardaria a chave que usou para fechar o lixão em um quadro e que encerra o mandato feliz. “Em poder entregar as ações de saúde, educação e assistência social”.

Lixão – O fim do lixão na saída para Sidrolândia foi anunciado em 18 de dezembro deste ano. O dia foi de confrontos. Os catadores reclamavam pelo fim do ganha-pão, mesmo ainda que advindo de um cenário em que homens são equiparáveis a bichos. Já a Polícia estava lá para cumprir a ordem da prefeitura de Campo Grande e usaram além de bombas de efeito moral, balas de borracha.

A 130 pessoas, foi garantido o trabalho na usina de triagem do aterro sanitário, onde serão separados os materiais recicláveis. O local começa a funcionar de forma improvisada, com esteira e prensas emprestadas por uma empresa ao consórcio CG Solurb, que venceu licitação e vai receber R$ 1,3 bilhao pelos próximos 25 anos.

A licitação, aliás, levou vários segmentos - como associações, políticos e entidades - recorrerem a Justica. O certame foi lançado em maio e concluído cinco meses depois. A vencedora reúne a Financial, responsável pela coleta do lixo desde 2005, e a LD Construções Ltda. O consórcio tem a responsabilidade de implantar um crematório para animais de pequeno porte, coleta e tratamento do lixo hospitalar, coleta seletiva, recuperar o lixão. Além da conclusão do aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II e implantação do aterro sanitário “Erêguaçu”.

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