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Meio Ambiente

Ameaçado de extinção, peixe cascudo-cego é visto em caverna de Bonito

A intenção era de coletar o animal e reproduzir a espécie no Bioparque Pantanal

Por Izabela Cavalcanti | 18/06/2024 11:46
Exemplar do cascudo-cego guardado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Leandro Melo)
Exemplar do cascudo-cego guardado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Leandro Melo)

A equipe do Bioparque Pantanal encontrou o cascudo-cego (Ancistrus Formoso), animal ameaçado de extinção, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). O avistamento ocorreu após 20 anos, durante expedição na nascente do Rio Formoso, em Bonito, município a 297 km da Capital.

A intenção era de coletar o animal para fazer parte do projeto de conservação no CCPN (Centro de Conservação de Peixes Neotropicais), e reproduzir a espécie no Bioparque. Os mergulhadores não conseguiram capturar.

O peixe, de 10 centímetros, só é visto naquela região, especificamente, em cavernas conhecidas como Formoso e Formosinho.

A importância do avistamento se dá por três fatores: por se tratar de uma espécie criticamente ameaçada de extinção; pela complexidade do trabalho e da logística envolvida na expedição da caverna inundada; e pela dificuldade de encontrar pesquisadores e profissionais com expertise para esse tipo de projeto de pesquisa.

Para dar sequência no projeto, o Bioparque vai utilizar um exemplar coletado há décadas, que está guardado na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

A especialista em peixes de caverna da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Maria Elina Bichuette, ficou surpreendida em ver a coleção ictiológica da UFMS.

“Esse é um dos cascudos mais emblemáticos em termos mundiais, eu posso dizer. Ele é especial não só por ser um animal troglóbio, super modificado. É porque ele ocorre nessas cavernas inundadas, ele ocorre num único sistema, que é a ressurgência do Formoso. Então, para mim é uma honra", pontuou.

A expedição foi realizada pelo Bioparque Pantanal em parceria com pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UFPA (Universidade Federal do Pará).

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