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Meio Ambiente

Anta foge do Cras e vira atração no Parque das Nações Indígenas

Luciana Brazil | 20/08/2014 17:52
Anta próxima a pista de caminhada do Parque das Nações, nesta quarta-feira. (Foto:Danilo Costa/Jornal de Domingo)
Anta próxima a pista de caminhada do Parque das Nações, nesta quarta-feira. (Foto:Danilo Costa/Jornal de Domingo)

Quem mora em Campo Grande já não se surpreende mais ao ver capivaras, quatis e outros animais silvestres, como araras e tucanos. Mas encontrar o maior mamífero brasileiro andando “tranquilamente” pelo Parque das Nações Indígenas é uma cena rara.

Hoje (20) pela manhã, uma anta foi flagrada, por volta das 7 horas, cruzando a pista de caminhada do parque. Ela escapou do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), e já foi recapturada, mas antes disso teve seu momento de fama.

Segundo o médico veterinário Álvaro Cavalcanti, duas antas escaparam, mas ambas foram recapturadas. Para os biólogos, se o episódio não estivesse ligado a uma fuga, como foi o caso de hoje, seria realmente curiosa a aparição do animal.

“Temos anta em todo Estado, mas sabemos que não é comum a circulação dela em área urbana, como acontece com as capivaras. Os ecossistemas estão bem alterados, saindo do habitat natural para o antropizado, onde o homem faz uso de lavoura, uso de pastagem e tudo isso reduz o habitat da fauna. Mas acredito que se uma anta fosse vista na área urbana, a explicação seriam as áreas verdes que existem em torno da cidade, como áreas de proteção ambiental, além de matas remanescentes”, explicou a bióloga Silvia Gervásio.

A bióloga lembra que não há registro de antas nos Parques Estaduais da cidade, Mata do Segredo e do Prosa. Para Silvia, Campo Grande não é “vilã” neste processo, até porque não se trata de uma grande metrópole. “Temos várias áreas verdes na cidade e a fauna está circulando, por isso os casos de atropelamento”, disse a bióloga.

Um animal adulto pode pesar até 250 quilos. (Foto: Divulgação)
Um animal adulto pode pesar até 250 quilos. (Foto: Divulgação)

De acordo com Sílvia, a anta não é um animal bravo, mas silvestre e que pode ter reações mais agressivas por tentar se defender. “Por ser um animal silvestre as pessoas não devem se aproximar. Ela grande e pesada”.

Herbívora, a anta fica escondida durante o dia nas matas e à noite deixa o esconderijo para pastar. “Ela gosta muito de banhos. Seu habitat natural são matas próximas à aguá”, explica a bióloga.

Uma anta adulta pode pesar até 250 quilos, o macho atingindo o tamanho máximo de 2 metros e a fêmea com 2,20 metros. Os pés traseiros têm três dedos e os dianteiros um dedo adicional. A anta pode viver até 35 anos. Odores e sinais acústicos são a base de seus meios de percepção.

Cras- Conforme o veterinário, o Cras está em reforma e as antas acabaram pulando a cerca interna de onde ficam. Como a cerca externa não está impedindo a passagem, por causa da obra, os animais conseguiram fugir. As antas pularam uma cerca interna que, segundo Álvaro, tem 1,10 metros de altura.

Uma delas foi recapturada antes de chegar ao Parque das Nações Indígenas. A anta, agora famosa, foi mais rápida e chegou ao parque. "Conseguimos captura-lá logo depois".

O veterinário fez questão de alertar que animais perigosos mantidos no centro, como onças, são mantidas em jaulas, o que elimina a possibilidade de fuga. No entanto, por duas vezes, em 2010 e 2011, uma onça fugiu do Cras em Campo Grande, por meio de um buraco feito por uma anta.

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