Bem tranquila, ariranha é flagrada devorando peixe no Rio Miranda
Animal foi registrado na região do Passo da Lontra, em Corumbá, pelo fotógrafo André Bittar
Com direito a pausas curtas para tomar água, uma ariranha foi gravada aproveitando o almoço no Rio Miranda. O registro é do fotógrafo André Bittar que estava na região do Passo da Lontra, em Corumbá, a 428 km de Campo Grande.
Nas imagens, a ariranha macho aparece devorando um peixe. O vídeo mostra com riqueza de detalhes a espécie, que também é conhecida como “onça-d'água” e “lontra-gigante”, segurando o peixe que, aos poucos, vai chegando ao fim.
O Pantanal sul-mato-grossense foi cenário desse registro que o fotógrafo compartilhou no sábado (24) através das redes sociais. “Reparem que ela faz uma pausa para beber água entre um pedaço e outro”, escreveu na legenda.
Ao Campo Grande News, André relata que estava na região com a galera do "Projeto Ariranhas". “Estava esse macho com outros três. Estávamos acompanhando há um tempo e vimos que ele pescou e foi fazer a refeição”, conta.
Apesar de estar em grupo, o macho aparece isolado na gravação e isso tem um motivo. O fotógrafo explica que a caça não é compartilhada entre as espécies. “O curioso é que quando um pesca, não divide com o outro. Só divide se roubar, acontecer alguma briga, ele come sozinho e as outras ariranhas ficam ao redor”, conta.
Na postagem feita no Instagram, André falou um pouco mais sobre o sentimento de presenciar cenas como essa no Pantanal sul-mato-grossense. “Que privilégio poder acompanhar as ariranhas no estado mais puro da natureza. Essa ariranha caçou esse peixe, não ganhou de alguma pessoa e está comendo livremente. Eu digo que é um privilégio porque muitas pessoas infelizmente não poderão vivenciar essas maravilhas da natureza assim; no seu estado mais puro”, escreveu.
Sobre o projeto - O Projeto Ariranhas foi criado em 2019, pela bióloga Caroline Leuchtenberger, como resultado de estudos e ações de conservação com a espécie que vem sendo conduzidos há quase duas décadas no Pantanal Brasileiro e devido à necessidade de se estabelecer um programa de conservação focado nessa espécie ameaçada.
A iniciativa visa fortalecer a conservação da espécie e de seu ecossistema e também melhorar a convivência humana com as ariranhas. São mais de 412 ariranhas monitoradas pelo grupo que promove estudos ecológicos e de comportamento, sanitários e de qualidade ambiental, além de avaliações e acompanhamento de riscos de ameaças.
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