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Meio Ambiente

Com 98 km² em MS, extensão do Pantanal é desafio contra fogo

Bioma ocupa área territorial maior que a de Portugal, que contra 92 mil km²

Por Fernanda Palheta | 08/07/2024 17:26
Fumaça de queimada em vegetação, no Pantanal de Corumbá. (Foto: Alex Machado)
Fumaça de queimada em vegetação, no Pantanal de Corumbá. (Foto: Alex Machado)

O Pantanal sul-mato-grossense tem aproximadamente 98 mil km² de extensão e ocupa 27% da área territorial de todo o Estado. A dimensão do bioma, maior que muitos países, é um dos grandes desafios no combate aos incêndios florestais. A planície alagável em Mato Grosso do Sul equivalente a três Bélgicas, com pouco mais de 30 mil km² de extensão, e supera dos 92 km² de Portugal.

A Serra do Amolar foi uma das regiões mais afetadas pelas queimadas neste ano. Entre 1º de janeiro a 16 de junho, fogo já consumiu 114.97 mil hectares, segundo dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), com base em informações da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélite) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Além da distância, o acesso a região é difícil, já que este é um dos locais mais isolados do bioma. De Corumbá, a cidade mais ao oeste do Estado, uma viagem de barco para a Serra do Amolar pode durar mais de cinco horas para percorrer os 290 quilômetros.

De acordo com o último levantamento divulgado pelo Governo do Estado, na quinta-feira (4), até esta data 5% dos 9 milhões de hectares do bioma em Mato Grosso do Sul, foram queimados. O número representa 566.500 hectares. Para facilitar o acesso das equipes de combate ao fogo foram instaladas das 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. A maioria se concentra na região nordeste do bioma, outra área de difícil acesso.

Para atuar no cenário mais crítico de incêndios florestais do Pantanal, a infraestrutura disponível é de 446 bombeiros desde janeiro, 82 militares da Força Nacional, 233 brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), além de militares da Marinha, Exército e Aeronáutica.

O esforço ainda conta 11 aeronaves, incluindo Air Tractors do Governo do Estado e do Ibama, helicópteros também do Estado, outros do Exército, e o cargueiro KC-390 da Força Aérea Brasileira. Um avião Cougar, do Exército Brasileiro, um navio patrulha, quatro embarbações e cinco viaturas da Marinha completam a lista.

Para o comandante do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, coronel Frederico Reis Pouso Salas, a logística é um dos principais desafios no trabalho de combate ao incêndio enfrenta o desa. “O grande desafio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul é a dimensão do território do Pantanal. Primeiro a logística com a locomoção no terreno pantaneiro. O segundo é a permanência do combatente, do homem e da mulher na linha de frente aos incêndios”, justifica.

Mapa do Pantanal - O Pantanal sul-mato-grossense é dividido em sete sub-regiões: Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque, Porto Murtinho, Nhecolândia e Paiaguás.

A microrregião do Abobral tem 2.833 km², e é a menor de todas, limitando-se ao vale do Rio Abobral e, parcialmente, ao do Rio Negro. Por ser uma região mais baixa, com apenas 90 metros de altitude, é uma das primeiras a se alargar totalmente durante as cheias, podendo permanecer assim por até seis meses.

O Pantanal de Aquidauana, que leva o mesmo nome do município onde está, e é porta de entrada do bioma. Já Pantanal de Miranda, localizado no município de mesmo nome, é rico em belezas naturais, biodiversidade de fauna e flora. O Nabileque, distrito do município de Corumbá, e é um dos primeiros a sofrer as inundações.

O Pantanal de Nhecolândia é a única área de todo o Pantanal que apresenta lagoas salinas e de água doce, entremeando cordilheiras com vegetação florestal e, entre estas, corixos e vazantes.

A região de Paiaguás é conhecida por apresentar umas das cheias mais intensas do Pantanal e está localizada entre os rios São Lourenço, Taquari e Itiquira. Seu solo é extremamente arenoso, tornando as atividades típicas da região, como a pecuária, atividade de sustento dos pantaneiros. Ao sul, o Pantanal de Porto Murtinho é considerada a segunda menor microrregião, fazendo fronteira com o país vizinho, Paraguai.

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