Com Pantanal em chamas, grupo vai a Brasília cobrar ações de conservação
Trinta instituições ambientais participarão de reunião na Câmara dos Deputados, no próximo dia 12 de novembro, Dia do Pantanal
Cerca de 30 instituições ambientais em atuação em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso vão até Brasília (DF), na próxima semana, cobrar ações de conservação da biodiversidade do Pantanal do poder público. Reunião está marcada para o próximo dia 12 de novembro, Dia do Pantanal, na Câmara de Deputados.
Só no Mato Grosso do Sul, o número de focos de incêndio registrados nos primeiros três dias de novembro bateu o recorde de queimada dos últimos 7 anos. A maior parte deles atinge a região do Pantanal, nos municípios de Miranda, Corumbá e Bodoquena. Entre sexta-feira (1°) e domingo (3), foram detectados 376 focos de incêndios florestais, conforme dados Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em 2011, durante todo o mês de novembro, foram contabilizados 439 focos em todo o Estado.
O objetivo da delegação é conscientizar o poder público sobre as ameaças sofridas pela maior planície alagada contínua do mundo e cobrar políticas públicas de proteção mais efetivas.
No evento, serão apresentadas as principais ações de iniciativas e projetos de conservação do bioma, publicações e exibições de teasers de documentários. A programação ainda inclui o lançamento do site do Observatório Pantanal, plataforma que reúne informações sobre o bioma e que poderão ser acessadas pelo público acadêmico e sociedade em geral.
Apesar do alto grau de conservação do Pantanal, em comparação com os outros biomas brasileiros, este está longe de ser considerado totalmente protegido. A região está exposta a muitas fragilidades. Os incêndios florestais dos últimos meses causaram impactos ambientais ainda inestimáveis e, também, econômicos, para todos que dependem do bioma para o seu sustento. A degradação das nascentes, devido ao desmatamento, também é uma ameaça.
Outro grande risco é a instalação de inúmeras Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no planalto, que afetam diretamente a planície. Há também o assoreamento do rio Taquari, um desastre ambiental sem precedentes no Brasil, que resultou em imensos desertos inundados, onde antes já haviam sido áreas de pastagens produtivas. O Pantanal corre perigo, por isso, medidas para sua proteção são urgentes.
Entre as instituições previstas para participar do evento estão os IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), SOS Pantanal e WWF.
Monitoramento – Desde o final do ano passado, o Ibict (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), subordinado ao MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), tenta viabilizar recursos para desenvolver tecnologia para monitoramento da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, no Pantanal. A iniciativa pretende mapear as nascentes dos rios que percorrem a planície alagável, criar medidas para preservação do bioma e construir base de dados para pesquisadores.
O programa pleiteou R$ 5 milhões em investimentos do Ministério do Desenvolvimento Regional. A pasta repassou apenas R$ 700 mil – equivalentes a 14% do recurso solicitado.
Diante dos poucos recursos, em julho, durante a realizada 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), no campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, o Projeto Cabeceiras reuniu-se com empresas e entidades parceiras para desenvolver a tecnologia.