Com três equipes e 150 mil árvores, faltam braços para a poda em Campo Grande
De acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana, são 153.122 árvores na cidade
Com apenas três equipes da prefeitura e mais de 150 mil árvores, faltam braços, literalmente, para a poda e remoção em Campo Grande. Essas duas modalidades de serviço estão condicionadas à autorização da administração municipal, conforme prevê a Lei Complementar 184, de 23 de setembro de 2011.
Além de executar os trabalhos, o poder público também autoriza empresas concessionárias (como a de energia elétrica) e empresas e profissionais especializados em poda. Com uma sibipiruna que é devorada por cupins no portão de casa, no Bairro Maria Aparecida Pedrossian, o professor Clayton Barbosa de Oliveira, 43 anos, conta que tenta há tempos a autorização para a supressão da árvore.
“Na primeira vez que a equipe foi lá, não foi autorizada a remoção, porque precisava colocar outro no local, a pata-de-vaca. Numa segunda vez, tinha colocado muda de árvore frutífera para ver se autorizam. Mas ainda não sei se pode tirar ou não?”, diz. Quem faz o corte sem autorização, fica sujeito à multa.
No temporal de 15 de outubro, quando a nuvem de poeira tomou Campo Grande, a Rua João Francisco Damasceno ficou sem energia elétrica por conta da árvore, que derrubou fio. Antes do ataque dos cupins, a árvore já registrava problemas, com o avanço das raízes levantando a calçada.
De acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana, Campo Grande contabilizava no ano de 2010, 153.122 árvores nas vias urbanas. A sibipiruna, que passa dos dez metros de altura, era a terceira espécie mais comum (9,19%).
O levantamento mostrou que o oiti é a árvore mais abundante (18,35%), seguida do ficus (18,18 %). Na Capital, 96,50% das arvores faz morada no passeio público. Ou seja, nas calçadas, bem perto dos imóveis, veículos, fiação e pessoas.
O titular da Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, destaca a dificuldade de fazer a gestão de todo esse “estoque de verde”. “A nossa cidade é muito arborizada, tem a vantagem de ajudar no clima. Mas a gestão de todas essas árvores é um trabalhão. A demanda é muito grande e vamos priorizando os que estão em situação de risco. Na sexta-feira, a chuva derrubou duas árvores no Jardim Colúmbia”, afirma.
Segundo Fiorese, a Sisep tem duas equipes para poda, que trabalham de segunda a sexta, mas, em caso de emergência, também atuam aos fins de semana e feriados. “A Semadur tem uma equipe que faz o trabalho na área central, contrato com uma empresa terceirizada”.
Área da prefeitura, o Parque do Sóter, por exemplo, só teve poda de árvores na tarde de ontem, após dias em que a copa das árvores invadia a pista de caminhada.
O Campo Grande News solicitou à Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana) dados sobre os pedidos de poda de árvore em 2021, valor atualizado da multa e se há fila de espera pelo serviço, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
Regras - Para conseguir a poda ou remoção, apenas o proprietário do imóvel ou seu representante são autorizados a formalizar o pedido, que deve ser protocolado na Central de Atendimento ao Cidadão (Rua Marechal Rondon, 2655, Centro).
Em seguida, um auditor do meio ambiente fará uma fiscalização no local indicado. Apenas após a emissão do laudo de vistoria é que a poda ou remoção será autorizada ou não.