ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUARTA  20    CAMPO GRANDE 31º

Meio Ambiente

Condenada, figueira centenária é removida de canteiro central da Afonso Pena

Intervenções foram realizadas, mas prefeitura informou que não havia como salvar figueira

Silvia Frias e Gabriel de Matos | 02/04/2023 11:39
Figueira foi retirada esta manhã e, no local, só ficou o toco no canteiro central. (Foto: Gabriel de Matos)
Figueira foi retirada esta manhã e, no local, só ficou o toco no canteiro central. (Foto: Gabriel de Matos)

Uma figueira centenária, localizada no canteiro central da Avenida Afonso Pena, foi removida esta manhã por equipe da Prefeitura de Campo Grande, depois que parecer técnico atestou que não havia como salvar a árvore, além do risco à população.

A árvore estava no canteiro entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa e foi retirada em operação com apoio da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), que interditou o trecho para o trabalho da equipe da Semadur ( Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana)

Árvore foi condenada, conforme laudo técnico. (Foto: Gabriel de Matos)
Árvore foi condenada, conforme laudo técnico. (Foto: Gabriel de Matos)

Segundo informações da prefeitura, já divulgadas, a árvore estava no local há cerca de 100 anos e apresentava problemas desde o ano passado e a prefeitura realizou algumas intervenções para tentar salvar a figueira. Porém, laudo realizado este mês atesta que não havia outra alternativa a não ser a remoção.

A morte do espécime não é a primeira a ser identificada no canteiro. Assim, a Prefeitura de Campo Grande, por intermédio Semadur, em colaboração com o pesquisador Ademir Fontana, da Embrapa Solos, está investigando o que possa ter provocado a desfolha das árvores.

Este mês, foi realizada coleta do solo nos locais em que foram anteriormente removidas duas árvores da mesma espécie e seguirão para análise. O estudo também será feito nos galhos das árvores suprimidas e das que ainda estão saudáveis, no canteiro, como forma de comparação.

“Estão sendo adotadas as técnicas mais modernas disponíveis no Brasil para diagnosticar a causa das perdas desses dois exemplares, bem como, tem sido empregado o máximo esforço para preservarmos as nossas figueiras, árvores que simbolizam a história, a cultura e a peculiar qualidade de vida de Campo Grande”, disse, por meio de nota, a secretária municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Kátia Sarturi.

Outras duas árvores foram retiradas pela prefeitura este ano. (Foto: Gabriel de Matos)
Outras duas árvores foram retiradas pela prefeitura este ano. (Foto: Gabriel de Matos)

História – As árvores foram plantadas entre 1921 e 1924 pelo então intendente e juiz de Direito Arlindo de Andrade Gomes, responsável por iniciar o processo de arborização urbana de Campo Grande. Desde 2017, estes exemplares vêm sendo acompanhados e tratados pela prefeitura quanto teve início a aplicação do Óleo de Neem, um bioprotetor natural utilizado no combate de pragas e doenças e para o controle das infestações por mosca-branca, tripés e fumagina.

Em 2018, a Semadur adquiriu um tomógrafo, sendo possível, a partir de então, oferecer melhor precisão no diagnóstico individual, pela avaliação das condições de resistência do lenho destas árvores, como uma medida auxiliar na análise de riscos, bem como na tomada de decisões pela gestão municipal. Ainda, são realizadas podas anuais para o corte de ramos mortos ou em conflito com algum elemento urbanístico.

Em 2022, técnicos da prefeitura receberam para o tratamento de árvores jovens e adultas por meio do protocolo de boas práticas adotado pela Sociedade Internacional de Arboricultura. Entre os procedimentos, estão de manejo de solo, combate de pragas e doenças, mitigação de risco de queda e correção dos defeitos estruturais das árvores. O canteiro da Avenida Afonso Pena foi um dos locais escolhidos para a realização da parte prática do curso.

Nos siga no Google Notícias