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Meio Ambiente

Decoada tem causado mortandade de peixes pequenos no Pantanal

Renata Volpe Haddad | 22/02/2016 16:48
Peixes pequenos como piranha e piau, são os mais afetados com a decoada. (Foto: Direto das Ruas)
Peixes pequenos como piranha e piau, são os mais afetados com a decoada. (Foto: Direto das Ruas)

A decoada, fenômeno relacionado a cheia dos rios do Pantanal  nesta época do ano, tem causado a mortandade de peixes pequenos nas regiões de Albuquerque, distrito de Corumbá e Porto Guarani, em Porto Murtinho. O fenômeno causado por inundações de rios, como o Negro e Abobral que desaguam no Aquidauana e Miranda, baixam o oxigênio das águas, causando a morte dos animais.

Conforme a pesquisadora da área de limnologia da Embrapa Pantanal, Márcia Divina de Oliveira, a cor da água fica escura e o oxigênio fica baixo. "A morte de peixes geralmente pequenos, ocorrem em áreas isoladas, mas nada que chame muito a atenção ou afete a natureza, já que a decoada é comum e acontece todos os anos", explica.

Outro fator que está ligado ao oxigênio baixo das águas dos rios nesta época é a decomposição das plantas que estavam secas e com as inundações, se desintegraram. "Quando está muito seco e as plantas dos rios recebem uma grande quantidade de água, que são as inundações, elas se decompõem e liberam dióxido de carbono, baixando o oxigênio. Os peixes acabam morrendo quando tem temperatura alta, ph baixo e oxigênio baixo", avalia.

O fenômeno acaba geralmente em maio, quando é freada pelas frentes frias. "Quando começa a esfriar, a decoada vai acabando, mas demora um certo tempo, pois a temperatura da água demora a cair", explica.

O fenômeno comum, deixa a água do rio suja e com oxigênio baixo. (Foto: Direto das Ruas)
O fenômeno comum, deixa a água do rio suja e com oxigênio baixo. (Foto: Direto das Ruas)

De acordo com o diretor presidente do Ecoa (Ecologia e Ação), André Luiz Siqueira, peixes pequenos como piranha e piau, são os que morrem com a decoada. "As comunidades ribeirinhas que acabam percebendo a morte desses animais porque acompanham diariamente o que acontece com o rio, mas isso não é algo que cause impacto local", comenta.

Siqueira explica que a decoada mais intensa ocorre na Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul. "Como na área existe uma biomassa grande protegida, o rio enche e acaba sujando a água e matando os peixes do lugar, mas o pico da cheia acontece neste local em maio", informa.

Porém, como está chovendo bastante nessas regiões de Corumbá e Porto Murtinho, isso ajuda a elevar o oxigênio dos rios. "As chuvas ajudam a amenizar a decoada, pois injeta água nova e recicla o oxigênio", finaliza.

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