Devido a projeto, reserva pantaneira recebe certificado de “amigos da onça”
Após três meses de projeto, moradores da reserva da Baía Negra foram premiados por instituto ambiental
Em um esforço conjunto, a Associação de Mulheres Produtoras da APA (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra, moradores locais, a Fundação de Turismo de Ladário e o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) implementaram ao longo de três meses um projeto-piloto que busca a coexistência equilibrada entre seres humanos e a majestosa onça-pintada na região da APA Baía Negra.
Nesta quarta-feira (29), no qual é comemorado o Dia Internacional da Onça-Pintada, o IHP realizou a realizada a entrega de certificados de "Amigo da Onça" a 22 moradores que participaram das ações. A cerimônia de encerramento aconteceu na sede da APA, em Ladário.
Uma dessas pessoas foi a presidente da Associação de Mulheres Produtoras da Apa Baía Negra, Virgínia Paz, que enfatizou a importância do projeto. "Esse projeto de três meses, no qual a comunidade se envolveu, reuniu parceiros para criar esse símbolo que é 'Amigos da Onça'. Vivemos no Pantanal, convivemos com os animais, respeitamos o espaço deles, e eles respeitarão o nosso. Queremos uma convivência harmoniosa. Estamos dentro de uma área de reserva e temos o dever de proteger esses animais."
Ações - As ações desenvolvidas ocorreram inteiramente no território da APA Baía Negra, às margens do Rio Paraguai, onde avistamentos de onças-pintadas são comuns. Para mitigar futuros conflitos e promover o turismo sustentável, a equipe do programa Felinos Pantaneiros apresentou medidas à comunidade.
Entre as propostas, destaca-se a implementação de um projeto-piloto de monitoramento das onças-pintadas na região, além de diálogos educativos sobre o comportamento desses felinos.
De acordo com o médico-veterinário e coordenador do Programa Felinos Pantaneiros do IHP, Diego Viana, explicou que foram realizadas três ações, uma por mês, todas com a participação da comunidade.
“O objetivo principal foi elaborar uma cartilha sobre a coexistência entre os moradores da APA Baía Negra e as onças-pintadas na região. A cartilha é um resultado de todo esse trabalho, apresentando estratégias testadas em outros lugares, como repelente luminoso e cerca elétrica", explica Diego.
O estudo incluiu um monitoramento de um mês com armadilhas fotográficas em locais indicados pelos moradores, que resultaram em registros fotográficos de onças-pintadas e outras espécies. Esse estudo confirmou tecnicamente a presença desses felinos na comunidade.
Além disso, foram desenvolvidos moldes das pegadas de onça-pintada e uma cartilha informativa sobre a coexistência entre a espécie e os seres humanos foi criada. O projeto foi marcado por reuniões, palestras, rodas de conversa e ações de campo, com o apoio ativo dos moradores.
Ao final, foi elaborada uma cartilha, com o suporte da empresa de siderurgia Vetorial e da Sauá Consultoria Ambiental.
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