Em 38 anos, incêndios em Corumbá destruíram área do tamanho da Bélgica
Cidade apresentou maior ocorrência de fogo no Brasil nesse período; região se recupera e queima de novo
Entre 1985 e 2022, os incêndios florestais que atingiram Corumbá, cidade símbolo do Pantanal, destruíram 31.877 km² de vegetação, uma área do tamanho da Bélgica. A comparação é número simples, porque a vegetação se regenera, muitas vezes, para entrar de novo no ciclo do fogo.
O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (26) pela Rede Mapbiomas, responsável por mapear anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território.
O Pantanal foi o bioma que teve a maior área proporcional queimada, com 51% do bioma afetado pelo fogo desde 1985. O total da área queimada acumulada no Pantanal, entre 1985 e 2022, foi de 77.180 km², o que representa 6.508 km² queimados por ano. Da área queimada, 93,5% do fogo ocorreu em vegetação nativa.
Segundo a rede Mapbiomas, os períodos úmidos favorecem o acúmulo de biomassa, que vira combustível para o fogo que consome o bioma no período seco. Em anos mais secos e após anos de grandes cheias, aconteceram os maiores incêndios na região
Considerando todos os biomas sul-mato-grossenses: Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, o Estado acumulou 75.718 quilômetros quadrados de área queimada.
O vizinho, Mato Grosso, foi o recordista em queimada entre os estados com 431.948 km² de área consumida pelo fogo. Na sequência, aparecem Pará (275.764 km²); Maranhão (182.791 km²); Tocantins (181.305 km²); e Bahia (120.545 km²).