Em 5 dias, PMA espera ter acesso à análise sobre morte de peixes
Um técnico da Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia) e dois policiais militares ambientais foram hoje, às 12h, até Aquidauana para colher amostras de peixes, da água e de materiais orgânicos do Rio Negro. Em cinco dias, a PMA (Polícia Militar Ambiental) espera saber qual a causa da mortandade de milhares de peixes, ocorrida no fim de semana.
O capitão Edmilson Queiroz, que além de chefiar o setor de comunicação da PMA é biólogo, informou ao Campo Grande News que a equipe foi a Aquidauana em uma aeronave de pequeno porte da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) para colher materiais suficientes para análise laboratorial, que será feita em laboratório da Sema.
Na aeronave foram transportados materiais como caixas recobertas de alumínio, vidrarias, e muito gelo. Tudo para conservar o material coletado em perfeito estado até sua chegada a Campo Grande, ocorrida hoje mesmo.
Só o resultado da DBO (Demanda Bioquímico de Oxigênio) demora, em média, cinco dias para ser na anunciado. O processo analisa a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica.
Fora essa análise, também será analisado a toxicologia do rio e de outros materiais encontrados no rio, para desvendar qual a causa da morte dos peixes. Independente das análises, a PMA suspeita que a “dequada” tenha matado os peixes.
O fenômeno ocorre quando há diminuição do oxigênio da água ocasionado por um aumento de material orgânico. Esse processo, na maioria das vezes, acontece por causas naturais, como as cheias, que matam e carregam galhos e plantas que entram em decomposição, envolvendo microorganismos que utilizam o oxigênio.
Numa análise preliminar, o capitão Queiroz informou que o oxigênio estava muito baixo, possivelmente decorrente de material orgânico, vegetação morta. “Tudo pode acontecer, os fenômenos são intensos. Até mesmo uma seca de ano anterior influencia na dequada e assim diminui o oxigênio na água”.
Questionado a respeito da morte do cardume, o prefeito de Aquidauana, Fauzi Suleiman (PMDB), cogita a possibilidade de fenômeno natural. Segundo ele, o fato é curioso, afinal, nunca peixes foram encontrados mortos aos montes naquele rio.
“A situação é muito inusitada, porém acredito que tenha a ver com fenômeno natural, mesmo não tendo acontecido em outras ocasiões”, acrescenta Fauzi, detalhando que a mortandade também não está relacionada a práticas predatórias de pessoas que moram na região.
Para a pecuarista Beatriz Rondon, no entanto, o desastre ambiental pode ter sido causado por alguma substância tóxica, empregada de forma irregular e em grande quantidade. Ela acredita que o fato dos peixes estarem intactos, sem serem comidos por outros animais, é o principal indício de que a mortandade tenha ocorrido por envenenamento.